Uma mobilização sensibilizada por sindicatos rurais e sindicatos de trabalhadores rurais da região do Alto Uruguai e também das regiões de Sananduva, Nonoai e Getúlio Vargas ocorreu nesta terça-feira, dia 20, em Erechim. Um grupo formado por produtores, lideranças sindicais, políticos e representantes de empresas do setor se reuniu às margens da rodovia ERS-135, nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Estadual, na saída de Erechim em direção a Passo Fundo.
O movimento defende a Securitização das dívidas dos produtores gaúchos, por meio do projeto de lei 320/25, de autoria do senador Luis Carlos Heinze, que precisa tramitar em Brasília; e também foram defendidas propostas de entidades com o uso dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal. As duas possibilidades preveem prazo de 20 anos para prorrogar as dívidas. Outras regiões do Estado também sediam manifestações que defendem o pleito.
Os líderes sindicais foram unânimes em ressaltar a necessidade de apoio do governo federal para com a classe produtiva, tendo em vista a dificuldade da recuperação das famílias rurais que foram atingidas por diversas estiagens e também pelas enchentes de maio de 2024.
– Não vemos outra solução senão a Securitização, tendo em vista o acúmulo de dívidas que as condições climáticas dos últimos anos ocasionou, com quatro estiagens e uma enchente. É justo que o produtor gaúcho tenha este olhar diferenciado. Estamos amparados por um estudo da Farsul que demonstra que as dívidas dos agricultores somam mais de R$ 70 bilhões. Isso é muito preocupante para o futuro da nossa agricultura – salientou o presidente do Sindicato Rural de Erechim, o pecuarista Allan André Tormen.
Desse total de dívidas, o estudo ainda demonstra que R$ 36 bilhões são referentes a custeio e que outros R$ 36 bilhões se referem a investimentos. Além disso, ainda conforme a Farsul, mais de 70% dessas dívidas não passou por nenhum processo de renegociação, representando um montante de mais de R$ 50 bilhões de dívidas ativas.
A Farsul esteve representada pelo diretor-vice-presidente Jefferson Camozzato, que destacou o posicionamento da federação em prol do projeto 320/25, da Securitização, como uma das únicas saídas para os produtores. Ele pontuou ainda a necessidade de união por parte dos produtores, sindicatos e entidades que representam o setor, e em especial da classe política ligada ao agronegócio. Essas palavras também foram endossadas pelo presidente do Sindicato Rural de Getúlio Vargas, Luiz Carlos Silva.
O presidente do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR) de Viadutos, Adilson Machado da Silva, representou todos os sindicatos ligados à Fetag da região Alto Uruguai. Ele alertou que é momento de todos se unirem para pressionar o governo federal, tendo em vista este cenário imposto aos agricultores. “Temos um grupo mobilizado também em Porto Alegre, junto à Superintendência do Mapa, onde ficaremos por vários dias, e faremos mais pressão para buscar uma solução”, revelou.
União
Fizeram parte desta mobilização entidades como os Sindicatos Rurais de Erechim, Getúlio Vargas, Nonoai, Sananduva, São José do Ouro, Tapejara, Paim Filho; Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Faxinalzinho, Barão de Cotegipe, Gaurama, Viadutos, Maximiliano de Almeida, Mariano Moro, Centenário e Sertão; ACCIE, Sindilojas, cooperativas de crédito e de produção, demais entidades e empresas parceiras do agro.
No Senado
Conforme informações da Agência Senado, o PL 320/2025, do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), recebeu parecer favorável do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Aprovado em votação simbólica, o texto segue para decisão final na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Texto e fotos: Assessoria Sindicato Rural