Erechim ainda dependente do cooperativismo

A economia de Erechim e da região ainda depende do cooperativismo para crescer, apesar de algumas terem desaparecido do cenário regional. O sistema de cooperativismo é o grande gerador de emprego e renda, sem contar os impostos que gera para nossa cidade e demais municípios da região da AMAU. Até arriscaria dizer que boa parte destas cidades depende das cooperativas para manter suas portas abertas.

O cooperativismo gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos no Alto Uruguai. Médicos, administradores, engenheiros, técnicos, enfermeiros, caminhoneiros, frentistas, auxiliares de indústria, granjeiros, agricultores familiares, faxineiros, entre outros. Sem contar que o associativismo é o único instrumento para fixar a maioria das famílias no meio rural.

Hoje são mais de 20 cooperativas atuando com muita força no Alto Uruguai, só em nossa cidade temos a Cooperalfa, sucessora da Cotrel, a Aurora, Creral, Sicredi, Unimed, Unicredi, Cresol, Sicoob, Consumo, Transporte de Carga, Agricoop, CoopuSaúde, entre outras. É praticamente impossível sentarmos à mesa para fazer uma refeição e nela não encontrar pelo menos um alimento produzido por nossas cooperativas. Isso também vale quando procuramos tratamento de saúde, direta ou indiretamente, estamos nos tratando no cooperativado. O mesmo vale para parte dos nossos serviços bancários. Sem contar que uma fatia da internet instalada em nossa cidade e região é através de uma cooperativa, além da energia elétrica, parte dela gerada ou distribuída por cooperativa. Pela importância que tem o sistema em nossa cidade, Erechim, com toda a certeza, é a capital brasileira das cooperativas.

Onde estão as pessoas que queriam fechar a Cotrel

Gostaria muito de saber por onde andam aquelas poderosas lideranças políticas e sindicais de nosso município, que quando a Cotrel estava enfrentando muitas dificuldades, defendiam o fechamento imediato da cooperativa. Na época até o “papa” da política local foi um grande defensor do fechamento imediato da Cotrel.

Os únicos que defenderam a busca de alternativas na famosa reunião que debateu o futuro da cadeia de carnes e grãos da região foram o presidente da Accie na época, Jaci De Lazzari, o presidente da cooperativa, Luiz Paraboni, e sua diretoria. Será que teríamos Aurora e Cooperalfa em Erechim se a Cotrel houvesse sido fechada? Será que a Olfar seria essa potência que é hoje? Como seria a nossa cidade e região se não houvesse a persistência de Paraboni e Girelli em manter a Cotrel com as portas abertas enquanto se buscava alternativas? Passados pouco mais de 10 anos do episódio ocorrido, o tempo mostrou ao “papa” da política local, e a alguns sindicalistas, o quanto eles estavam errados em sua filosofia de “se não forem as pessoas do nosso grupo de relacionamento, nada pode dar certo”.

Por Egidio Lazzarotto

 

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