Envelhecimento e qualidade de vida

O envelhecimento da população mundial é crescente, em decorrência da redução da natalidade, da mortalidade e do aumento da longevidade, resultantes de avanços em numerosos fatores sociais, econômicos e de cuidados em saúde.

O envelhecimento natural é um processo progressivo e contínuo, durante o qual ocorre um declínio das funções fisiológicas, morfológicas e bioquímicas, refletindo na diminuição da capacidade funcional do idoso. O acometimento dos padrões de postura e de equilíbrio, por exemplo, gera maior exposição a quedas, que por sua vez tendem a levar a fraturas graves e a dependência funcional. Dados apontam que 28 a 35% de pessoas acima de 65 anos de idade caem pelo menos uma vez durante o ano no mundo. A proporção aumenta para até 42% quando os idosos têm mais de 70 anos.

Estudos epidemiológicos têm mostrado, no entanto, que doenças e limitações podem ser evitáveis no processo de envelhecimento e que o uso de serviços preventivos, eliminação de fatores de risco e adoção de hábitos de vida saudáveis são importantes determinantes do envelhecimento saudável e com maior qualidade.

O Conceito de qualidade de vida é muito abrangente e envolve uma série de aspectos como o estado de saúde, o nível socioeconômico, a interação social, o suporte familiar, os valores culturais, éticos e a religiosidade, a satisfação com as atividades diárias e o ambiente em que se vive. Em relação ao processo de envelhecimento, a qualidade de vida supõe um elemento básico e interligado com todos os outros, que é a capacidade para realizar movimentos corporais de forma eficiente. Assim, se a capacidade motora estiver limitada a qualidade de vida pode sofrer baixa considerável.

A fisioterapia, cujo objeto de estudo é o movimento humano, colabora lançando mão de seus conhecimentos e recursos com intuito de restaurar ou manter o mais alto nível de função motora e independência física, procurando restabelecer e melhorar a capacidade funcional dos idosos, prevenindo sua deterioração. Seu enfoque é avaliar e tratar o indivíduo de forma integral, seu sistema musculoesquelético, neurológico, urológico, cardiovascular e respiratório. Cabe ao fisioterapeuta, também, intervir no meio em que o idoso vive, promovendo as orientações ergonômicas adequadas para permitir maior funcionalidade e diminuir o risco de acidentes e quedas, e ainda fornecer

orientações ao paciente, familiares e cuidadores quanto ao processo de envelhecimento e o controle de risco, ou seja, controle de fatores que potencialmente podem contribuir para o desenvolvimento de doenças.

Desta forma o papel do fisioterapeuta na manutenção da independência e qualidade de vida do idoso, ocorre em três níveis. No controle dos riscos, intervindo antes do aparecimento da doença, no controle dos danos, quando a doença já está instalada, evitando que progrida, e na reabilitação de sequelas e complicações limitadoras do movimento em fases avançadas da doença. Objetiva-se por meio da fisioterapia minimizar as consequências fisiológicas e patológicas do envelhecimento, garantindo a melhoria da mobilidade e a independência funcional do idoso, ajudando-os a alcançar a longevidade com longevitalidade.

TATIANA COMERLATO

PATRÍCIA BAZANELLO HENRIQUE

Professoras do Curso de Fisioterapia URI Erechim

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