Diesel fica mais caro a partir desta terça-feira com retorno de parte dos impostos federais
Com isso, será recolhido R$ 0,1024 a mais no litro do combustível via PIS/Cofins, segundo projeção da Fecombustíveis; postos do RS devem repassar reajuste ainda nesta semana, segundo Sulpetro
Um dos combustíveis mais importantes dentro da economia brasileira começa a ficar mais caro nesta semana. Parte da cobrança dos impostos federais sobre o diesel retorna a partir desta terça-feira (5) no país. Com isso, será recolhido R$ 0,1024 a mais no litro do diesel via PIS/Cofins, segundo projeção da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
A retomada na tributação foi adiantada para bancar a redução nos preços de veículos zero-quilômetro via programa do governo federal, lançado na metade do ano. Segundo a Fecombustíveis, estão previstas ainda outras duas cobranças de impostos sobre o diesel, em outubro e janeiro.
O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, afirma que o setor já estava preparado para essa elevação. No entanto, lembra que o ajuste vem em um momento ruim, porque o produto segue com preço elevado:
— É um somatório ruim para o segmento. Mas não temos muito o que fazer a não ser entender isso e se preparar, inclusive, porque tem mais aumentos no fim do ano.
Segundo Dal’Aqua, é difícil prever como o reajuste vai refletir nas bombas, porque cada estabelecimento tem estratégias e políticas diferentes. No entanto, projeta que parte dos postos já deve começar a repassar o reajuste ainda nesta semana no Rio Grande do Sul.
O presidente do Sulpetro afirma que é praticamente inviável absorver essa elevação no valor, porque a maioria dos integrantes do setor trabalha com margens pequenas. Como é difícil contornar essa situação, o dirigente afirma que o papel da gestão fica ainda mais importante nos negócios:
— É muito difícil ter alguma alternativa, porque todo mundo já trabalha com os custos bem apertados. Tem que ter uma gestão muito eficiente dos estoques.
Reajustes no preço do diesel costumam vir acompanhados de um sinal de alerta, porque o combustível abastece um dos principais modais de transporte do país, repercutindo em uma série de produtos desde a fabricação até a gôndola do supermercado. Isso também gera preocupação em relação a eventuais impactos na inflação.
O economista-chefe da consultoria ES Petro, Edson Silva, também afirma que o repasse da volta do tributo ao consumidor final é praticamente certo. No entanto, estima que o impacto será menor na economia, porque o diesel está com um valor médio menor ante o observado em 2022 e no início deste ano:
— Acredito que haverá impacto, mas que não será suficiente para criar grandes transtornos para a economia e para o consumidor.
Silva também estima o diesel com o valor mais caro nas bombas no Estado ainda nesta semana em um cenário onde os donos de postos costumam trabalhar com estoques menores em muitos locais.
Por GZH