Depoimento de Cezar Schirmer é pautado por críticas a Polícia Civil e imprensa

Um dos mais esperados depoimentos do julgamento dos réus no processo da Boate Kiss era do ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer. Ele começou a falar por volta das 09h15min e concluiu seu depoimento antes do meio dia.

Em seu depoimento Schirmer contou sobre como soube dos fatos e quais as primeiras medidas adotadas na noite da tragédia. Ele contou que não falou com o governador Tarso Genro na data do fato e que recebeu ligação da ex-presidente Dilma Roussef que estava no Chile. Com voz embargada relatou que a presidente manifestou solidariedade e informou que estava se dirigindo a cidade.

O ex-prefeito comentou as críticas feitas pelo Bombeiro Coronel Gerson Pereira sobre atuação da Polícia Civil, IGP e Exército. Schirmer afirmou que ele mesmo é crítico ao trabalho que foi produzido. O político continuou respondendo as indagações e afirmou que se auto-impôs um silêncio sobre o assunto ao longo dos quase nove anos seguintes ao fato e manifestou alegria em poder falar sobre o caso neste momento.

O depoente teceu críticas ao trabalho da imprensa e culpou delegados pela forma como conduziram as investigações.

O inquérito foi feito pela imprensa e não por uma investigação sóbria, discreta e respeitosa com as famílias. Parecia que era um desejo de envolver a prefeitura de qualquer forma. De muitos pontos de vista esse inquérito, foi medíocre e espetaculoso”.

Cesár Schirmer sustentou que durante muito tempo ouviu que deveria estar sentado no banco dos réus. “Estou aqui como testemunha. Não fiz nada, absolutamente nada que pudesse comprometer a mim e nenhum funcionário da prefeitura agiu de tal forma que tenha contribuído para o que aconteceu naquela noite que foi um incêndio com vítimas”, afirma o ex-prefeito.

Em determinado momento Schirmer focou em questões políticas como a compra de viaturas e aumento de salários aos servidores e levou uma dura do Juiz Orlando Faccini. “Vamos focar mais no processo”.

Durante a inquirição o ex-prefeito disse que “a prefeitura e muito menos ele tem nada a ver com extintor de incêndio, espuma e fogos de artifício”.

As defesas de Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos optaram por não fazer perguntas a Schirmer.

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