Curso de Agronomia da URI, em parceria com a Emater e a Cooperalfa, realiza o Seminário Regional de Manejo do Solo

O assunto foi debatido no programa Cultura News da Rádio Cultura, com a presença do Professor do Curso de Agronomia da URI – Jardes Bragagnolo e Fábio Pérego Supervisor Regional da Cooperalfa.

Evento realizado pela primeira vez na região sobre o Manejo de Solo. Um Seminário que trouxe uma observação sobre um panorama de como está a característica de manejo do solo na nossa região. Foi realizado um apanhado sobre a parte do diagnóstico da fertilidade do solo com palestrantes de fora da região e falaram sobre o uso de corretivos para melhorar a qualidade do solo, uso de tecnologias e ferramentas para tornar o processo produtivo mais eficiente. Um dos palestrantes foi o pesquisador da EPAGRI de Santa Catarina que falou sobre o uso de pontes de cobertura e o efeito regenerativo dessas pontes de cobertura no solo do Alto Uruguai.

 

 

Fábio Pérego da Cooperalfa, destacou a união das entidades da região em prol da melhoria do solo dos agricultores. Foram compilados dados, cerca de 700 análises e uma situação bem crítica em relação a qualidade do solo. A ideia dos organizadores é estimular a evolução do solo da região.

 

Jades Bragagnolo destacou que o Seminário foi realizado na quarta-feira, dia 17 no Salão de Atos da URI e reuniu cerca de 300 participantes no período da manhã e tarde. Foram separados os temas em dois momentos: o primeiro para falar da fertilidade do solo e a tarde o debate foi sobre o manejo. Produtores, técnicos das áreas de extensão, alunos do curso de agronomia, técnicos agrícolas da região que dão assistência aos produtores. O desafio é muito grande, mas existe uma proposta de retomada e melhoria do manejo do solo. O que se busca a partir de agora são novos eventos para região e discussão de outros assuntos de interesse para os agricultores.

 

Por sua vez a Cooperalfa realiza reuniões com os produtores levando as informações necessárias para as devidas melhorias. Após as chuvas a situação que já não era boa, ficou mais complicada com a perda de nutrientes importantes. A ideia é continuar as reuniões de ajustes com participação de produtores como referência técnica, sendo que os mesmos realizam em suas propriedades manejos muito bons que poderão servir de exemplo.

 

Em razão das condições climáticas desfavoráveis que o RS viveu, nossos cenários são diferentes de região para região. Aqui no Alto Uruguai num grau menor a situação do solo se agravou em comparação com as regiões mais atingidas. Ocorreu a erosão do solo, lixiviação de nutrientes e fertilizantes em situação mais pontual em algumas áreas.

 

O que temos de bom conforme o professor Bragagnolo é a conservação do Solo através do Plantio Direto realizada pelos nossos produtores. O manejo hoje não é mais como antigamente quando os produtores lavraram, gradeavam o solo para o plantio e ele ficava muito exposto para erosão, agora com o plantio direto e nós aqui somos pioneiros nesse sistema que é uma técnica moderna, com melhoria no manejo. Em alguns casos quando o plantio direto é realizado de forma equivocada e acontece bastante problema de compactação do solo e quando isso ocorre diminui a taxa de infiltração de água na terra e quando chove muito essa água não vai penetrar no solo de maneira correta, escorrendo para os rios, causando neles a chamada poluição.

 

A Cooperalfa realiza acompanhamento nas propriedades dos agricultores associados, fazendo as análises necessárias. O que ocorre é que o nosso solo, diferentemente de outras regiões do País, acumula uma quantidade muito grande de alumínio e deixa o pH baixo com a má formação no sistema radicular, deixando a planta mais suscetível ao estresse hídrico ou com dificuldade para absorção de nutrientes. Por sua vez o plantio direto revolucionou a agricultura. O foco no seminário foi também sobre o calcáreo, e um dos especialistas nesse assunto é o Jackson Fiorin que é um dos mentores que ajudou a formar o manual que rege o plantio direto e sistema de manejo do solo e esteve presente no evento. A ideia é melhorar a qualidade do solo para obter sempre uma maior produtividade e um bom retorno econômico.

 

Na URI foi implementado um laboratório de análise de solo. A partir de então estão sendo recebidas amostras de análises de solo de agricultores da Região Alto Uruguai, criando um banco de resultados e um banco de amostras com informações sobre a fertilidade do solo dos 32 municípios da região e até de outras regiões. Com os resultados das amostras, os mesmos foram compilados e o diagnóstico de forma geral demonstrou que o nível de fertilidade está aquém do esperado e isso limita o aumento da produtividade na região. Um exemplo é a soja que está estagnado entre 55 a 60 sacos por hectare. Essa limitação tem em como um dos fatores possíveis as características químicas do solo, da fertilidade do mesmo e se observou que grande parte dos nossos solos, 60 a 65% das amostras estão com pH do solo muito baixo. O pH representa a acidez do solo e influencia na disponibilidade dos nutrientes na terra com potencial produtivo muito reduzido. O que precisa ser feito é aplicação do corretivo e é com o calcáreo que se faz essa correção, mas isso precisa ser realizado o mais rápido possível, porque o calcáreo é o primeiro elemento que irá interferir sobre a fertilidade. Nas amostras no laboratório, cerca de 70% delas, apresentavam nível de fósforo muito baixo o que limita o potencial de crescimento da planta. Esses estudos já vêm sendo realizados há 5 anos, (2019) e desde lá já existe essa preocupação das entidades da região, como a EMATER, Cooperalfa e outras que há um bom tempo tem se preocupado e orientado os produtores quanto a correção do solo para obter uma melhor produtividade.

 

O Professor Jades disse que o importante é o produtor realizar a análise do solo com mais frequência. Desta forma saberá qual o nível de fertilidade, se ele está errando ou acertando no manejo.

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