Cultura 105.9 FM – Uma rádio do bem!
Caro leitor, nesta edição especial, temos a pretensão de transferir as ondas do rádio para as páginas do Jornal Boa Vista. A proposta é reviver lembranças, personagens e momentos que marcaram as atividades da Rádio Cultura Comunitária 105.9 FM, emissora que há 16 anos traz informação e emoção aos lares dos erechinenses e a outros tantos que acompanham a
Certa vez, Mahatma Gandhi disse que precisávamos tornar-nos a mudança que queremos ver no planeta. A Rádio Cultura nasceu com o DNA da mudança – dando voz e vez a quem tinha muito a dizer, e era, até então, pouco ouvido. Desde o princípio, a emissora pautou sua atuação pela divulgação de notícias de interesse coletivo, pela promoção de ações sociais e a discussão (com certa dose de polêmica) de temas do presente, capazes de apontar um futuro melhor para todos. É sabido que os meios de comunicação podem, e devem, atuar como elementos indutores do desenvolvimento local, a partir do seu ofício precípuo que é a difusão da informação, a troca, o compartilhamento. Desta forma, no momento em que a globalização passa a desterritorializar cultura e política, transformando o que é local em global (e vice-versa), se faz necessária a existência e o fortalecimento de uma mídia que tenha enfoque regional. É importante informar as pessoas sobre o que acontece nos quatro cantos do mundo, mas deve-se considerar que também é vital apresentar notícias que lhes acrescentem um sentimento de pertinência, relativo à sua cidade, bairro e rua. Este, pois, é o dia-a-dia da Cultura, e de seu idealizador, Egídio Lazzarotto – que segue incansável jornada, até hoje.
Olhos no mundo, voz no local
Desde o mais singelo comunicado da Associação do Bairro Redenção, convidando para uma assembleia, passando por entrevistas com governadores de Estado, prefeitos, ministros da República, deputados e outros, a Rádio Cultura mantém há 16 anos os microfones abertos a quem quer que seja. Especialmente, a quem quer fazer o bem. O bem que foi feito com campanhas para construção de mais de 20 moradias, atendendo as necessidades daqueles que tiveram seus lares destruídos por temporais ou incêndios; o bem das ações em datas como Natal, Páscoa e Dia da Criança; o bem que foi feito para ajudar a Manu, a ‘menina dos ossos de vidro’; o reencontro de familiares que há anos não tinham notícia um do outro; o alerta bem dado, logo no lançamento da emissora, em 2001, com a campanha ‘Não deixe Erechim morrer de sede’, antecipando os riscos de racionamento e o uso indiscriminado do precioso líquido. Enfim, com enfoque comunitário e plural, é que seguiremos do lá de cá – que, orgulhosamente, é o lado de quem mais precisa. É o lado do bem!
Salus Loch, jornalista
A Rádio Cultura tem como principal objetivo fomentar o debate sobre notícias que envolvam Erechim e o Alto Uruguai, bem como de assuntos à nível estadual e nacional, que tenham reflexo em nossa cidade e região.
Traz como filosofia a solidariedade e a intenção de dar voz a todas as pessoas da cidade, principalmente aquelas que venham enfrentar dificuldades severas, seja por motivos de saúde, desemprego, intempéries ou outros.
Ao longo de seus 16 anos, a Rádio Cultura, sempre com o apoio incondicional da comunidade regional, realizou centenas de campanhas, arrecadando cestas básicas, medicamentos, doações de cadeira de rodas, muletas, móveis, materiais de construção e arrecadação de fundos para tratamentos médicos e hospitalares.
Neste período, ajudou a construir mais de 20 moradias para famílias que tiveram seus lares destruídos por temporais e incêndios, mas uma das campanhas que guarda no coração foi a “Adote uma família desempregada”, onde, com a maciça colaboração de seus ouvintes, foi possibilitado a centenas de famílias erechinenses um Natal mais humano e digno.
Os primeiros passos pela Rádio Comunitária
Entre o final de 1997 até o ano 2000, a Cooperativa Habitacional Coopehabic manteve na Rádio Erechim um programa para integrar seus associados residentes nos vários núcleos habitacionais da cidade. Na época, trabalhava na emissora o comunicador Miguel Boaventura, que um dia, durante uma roda de chimarrão, apresentou para a diretoria da recém criada Fundação de Educação para Assistência Social (que tinha como objetivo preparar os associados da Coopehabic ao exame do supletivo do 1º Grau e qualificá-los para o mercado de trabalho), sugestão para que a fundação incluísse em seus objetivos a criação de uma rádio comunitária.
Após várias reuniões entre Egídio Lazzarotto, Gilmar do Amaral, Paulo Toffoli, Fernando Faler, Miguel Boaventura e o jornalista Júlio Mocelin, foi encaminhado projeto de intenção para o Ministério das Comunicações, objetivando conseguir concessão para a rádio.
Neste momento iniciou também a caminhada para adequação de documentos, com diversas idas a Brasília, onde se obteve suporte do então deputado Cezar Schirmer e do senador Pedro Simon, e no dia 29 de maio de 2001, a Fundação de Educação para Assistência Social recebeu então a outorga provisória para explorar o canal de rádio comunitária em Erechim.
Buscando viabilizar recursos para execução do projeto, foram realizadas várias festas no meio da Rua Ricieri Miolano, no bairro Parque Redenção, e vendidas diversas rifas cujos prêmios iam desde bolos até chuveiros, tudo doado pelos moradores. Também ocorreu um campeonato de pênaltis e um de bocha, masculino e feminino, onde os primeiros colocados foram premiados com suínos e os segundos com galos, doados pela Cotrel.
Na época também se criou o jornal Habitar, produzido pelos conselheiros da Fundação, distribuído gratuitamente nos núcleos habitacionais e dentro dos ônibus urbanos. O lucro, destinado ao fundo para viabilizar a inauguração da emissora, vinha da venda de publicidades e suas poucas páginas carregavam variadas informações. Mais tarde ele se tornaria o Jornal Boa Vista.
Apesar de todo o esforço conjunto, os recursos ainda eram insuficientes para que a rádio conseguisse entrar no ar, foi então que Egídio Lazzarotto sugeriu aos colegas que se criasse os padrinhos da emissora, onde cada um receberia o Troféu Habitar. Mais de 50 empresas e pessoas da cidade aderiram ao projeto e desta forma foi alcançado o montante necessário para a compra de equipamentos e montagem do estúdio.
Rádio Cultura nasce com show e campanha polêmica
No dia 24 de setembro de 2001, em evento que atraiu milhares de pessoas até a Praça Prefeito Jayme Lago, a Rádio Cultura foi apresentada à comunidade erechinense, a quarta Comunitária do Brasil. A grande festa contou com animação de diversos grupos musicais, entre eles Os Monarcas, Chiquito & Bordoneio e Banda Passarela.
Exatamente às 20 horas, os músicos presentes cantaram Erechim História e Canto, do Os Monarcas, enquanto cortinas se abriam no palco e a Rádio Cultura 105.9, entrava em definitivo no ar, sob o som de muitos aplausos. Ali também iniciou a primeira campanha da emissora: “Não deixe Erechim morrer de sede”, que buscava chamar atenção da população para a possibilidade de em poucos anos, a cidade enfrentar sérios problemas no abastecimento de água.
A campanha foi alvo de muitas críticas por parte de lideranças locais e recebeu afirmações de que a Rádio Cultura estava sendo sensacionalista, porém o alerta lançado na campanha veio a se confirmar pouco tempo depois.
Fomentar o debate e a solidariedade
A Rádio Cultura tem como principal objetivo fomentar o debate sobre notícias que envolvam Erechim e o Alto Uruguai, bem como de assuntos à nível estadual e nacional, que tenham reflexo em nossa cidade e região.
Traz como filosofia a solidariedade e a intenção de dar voz a todas as pessoas da cidade, principalmente aquelas que venham enfrentar dificuldades severas, seja por motivos de saúde, desemprego, intempéries ou outros.
Ao longo de seus 16 anos, a Rádio Cultura, sempre com o apoio incondicional da comunidade regional, realizou centenas de campanhas, arrecadando cestas básicas, medicamentos, doações de cadeira de rodas, muletas, móveis, materiais de construção e arrecadação de fundos para tratamentos médicos e hospitalares.
Neste período, ajudou a construir mais de 20 moradias para famílias que tiveram seus lares destruídos por temporais e incêndios, mas uma das campanhas que guarda no coração foi a “Adote uma família desempregada”, onde, com a maciça colaboração de seus ouvintes, foi possibilitado a centenas de famílias erechinenses um Natal mais humano e digno.