Confira como está o andamento da retomada do Aeroporto Internacional Salgado Filho

Infraestrutura está cerca de 50% concluída, e trabalhos prosseguem no terminal, pista, subestação de energia e usina de asfalto própria

O primeiro tour autorizado da imprensa em áreas como a pista, usina de asfalto e subestação principal de energia elétrica do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira, quase quatro meses depois do início das enchentes, foi marcada pela vista de diversas obras sendo realizadas e testes em andamento. O passeio, acompanhado de diretores da Fraport, administradora do complexo, levou cerca de duas horas. Considerando a totalidade do aeroporto, a estrutura está cerca de 50% concluída.

A empresa mantém a data de 21 de outubro como prevista para reiniciar suas atividades, por ora apenas com voos domésticos, sendo que o primeiro deles, da companhia aérea Azul, deve pousar na Capital por volta das 8h45min, após decolar do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) às 8h10min. A primeira decolagem ocorre pouco depois, às 8h50min, com a mesma aeronave. Em 16 de dezembro, o Salgado Filho deve retomar voos internacionais.

No entanto, a Fraport já trabalha com a possibilidade de excesso de chuvas em setembro, mês geralmente considerado de grandes precipitações no estado. Se as condições climáticas forem desfavoráveis, afirmou, poderá haver atrasos no cronograma. A fase principal das obras, chamada de fase 2, é a que está em curso, e, entre os destaques, o reparo de 1.730 metros da pista, que está 55% concluída. Ao todo, ela tem 3,2 mil metros.

Para agilizar o projeto, foi construída uma usina de asfalto no interior do complexo, que produz 150 toneladas do material por hora, junto a outras três de apoio, funcionando fora do local. A camada superior asfáltica da pista será de um asfalto polimerizado inédito, desenvolvido para suportar de -22 a até 72 graus Celsius. Será a primeira vez que um aeroporto no Brasil o utiliza, segundo o gerente de infraestrutura da Fraport responsável pela área da pista, Diógenes Sartor.

“Para a reabilitação do pavimento do aeroporto, são necessárias cerca de 150 mil toneladas de asfalto”, comentou ele. Outra curiosidade é que o asfalto só pode ser aplicado quando a temperatura do ar está acima de 10 graus, pois temperaturas mais baixas comprometem a compactação do material. Algumas esteiras para a rolagem de bagagens estão funcionais, depois de todos os componentes serem removidos e limpos.

Testes estão sendo feitos nos últimos dias. Ainda na pista, mais de 40 centímetros da antiga camada asfáltica foi removida, e cerca de 70% precisa ser trocado no total. A Fraport procedeu com ensaios para avaliar a degradação do pavimento, e as áreas que não apresentaram problemas com as enchentes não precisarão ser reabilitadas. Conforme a empresa, as manutenções haviam sido feitas recentemente no local.

“Nosso contato é rotineiro com as companhias aéreas, e entendemos que, mesmo com a operação reduzida, vamos conseguir oferecer conforto e segurança, tanto para passageiros, quanto para as aeronaves. Sabemos que só conseguiremos entregar o aeroporto seguro para as operações na data em que está programado, e trabalhamos juntos para isto”, comentou o diretor de Obras e Infraestrutura da Fraport, Cássio Gonçalves, dizendo preferir não informar custos.

Alguns equipamentos, como raios-X, são importados, porém a antecipação nas negociações com fornecedores ajudou a garantir os prazos de entrega. Na subestação principal, uma das 13 atendendo o aeroporto, e suficiente para atender um bairro com 12 mil pessoas, o trabalho é intenso para recuperar geradores e outros maquinários, depois de a água invadir o local a um metro e meio de altura, assim como na média do Salgado Filho, e principalmente estabilizar o fornecimento de energia elétrica.

O vazio do aeroporto é, por enquanto, interrompido somente pelos maquinários que trabalham com a limpeza e recomposição do terminal. Há ainda muito trabalho a ser concluído, a fim de reaver as operações aos passageiros no prazo pretendido. “As aéreas que operavam aqui antes das enchentes são favoráveis ao retorno. Todos esperam por esta data, porém entendemos que a aviação se desenha conforme o mercado. Ficará na mão das companhias fazer esta análise da segurança operacional”, descreveu o diretor de Operações, Fabrício Cardoso. Algumas delas já comercializam passagens de e para Porto Alegre.

Fonte: Felipe Faleiro/Correio do Povo 

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