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Chuva com fuligem é provável no sul do Brasil entre hoje e amanhã

Fuligem de queimadas presente na atmosfera com a fumaça pode se precipitar em fenômeno conhecido como chuva preta

Chuva preta pode voltar a atingir o Rio Grande do Sul nesta quarta-feira com o avanço de uma frente fria com instabilidade que vai encontrar a pluma de fumaça de queimadas vinda do Norte da América do Sul e que alcança áreas meridionais do Brasil.

 

No momento, há uma grande quantidade de fuligem em suspensão na atmosfera com uma pluma de fumaça vinda da Bolívia e da região amazônica que avança até o Sul do Brasil. A fumaça já alterou a coloração do céu no território gaúcho durante a terça-feira.

 

O mapa do modelo de dispersão de aerossóis CAMS do Sistema Copernicus, da Uniao Europeia, mostra a projeção de aerossóis para este sábado na América do Sul em que se observa um extenso corredor com densa fumaça que estende do Norte até o Sul do Brasil e o Uruguai.

 

A frente fria avança hoje pelo Rio Grande do Sul e vai trazer chuva para quase todo o estado. Chove desde de manhã em pontos do Oeste e do Sul gaúcho e na maior parte das localidades da tarde para a noite.

 

Com a enorme quantidade de fumaça presente na atmosfera e a perspectiva entre hoje e amanhã de instabilidade não se pode afastar a ocorrência de chuva preta com precipitação de fuligem (soot) em diferentes cidades do Rio Grande do Sul.

 

Ao avançar por Santa Catarina e o Paraná com chuva, especialmente amanhã, uma vez que também terá fumaça sobre a atmosfera dos dois estados, da mesma forma não se pode afastar chuva preta com fuligem nos território catarinense e paranaense.

 

Com isso, não será surpresa alguma que piscinas, baldes e outras superfícies fiquem com a água escura ou preta como consequência da precipitação de fuligem acompanhando a chuva preta que se prevê ou mesmo que veículos na rua apresentem manchas como se fosse poeira, tal como se viu no último fim de semana no Rio Grande do Sul e dias atrás em São Paulo.

 

O QUE É CHUVA PRETA

Soot, ou fuligem, é um material particulado constituído principalmente de carbono, que se forma como resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão, petróleo) e biomassa (madeira, resíduos agrícolas).

 

Quando esses materiais não queimam completamente, em vez de se transformarem inteiramente em dióxido de carbono (CO₂) e vapor de água, eles produzem partículas finas de carbono negro e outros compostos. Essas partículas são extremamente pequenas, com diâmetros na escala de nanômetros a micrômetros, o que lhes permite permanecer suspensas no ar por longos períodos e viajar grandes distâncias.

 

Fuligem e a chuva preta estão intimamente relacionados. A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva.

 

Esse tipo de chuva, que não necessariamente se precipita com cor preta, é indicativo de altos níveis de poluição, e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis.

 

Quando as partículas de fuligem se misturam com a umidade nas nuvens, elas podem agir como núcleos de condensação, em torno dos quais as gotas de água se formam. Isso resulta em uma chuva contaminada com poluentes, que ao cair no solo pode afetar corpos d’água, solos e vegetação.

 

A chuva preta tem impactos visíveis no ambiente urbano. Ela pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, veículos e infraestrutura, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção. A relação entre fuligem e chuva preta é um indicador preocupante dos níveis de poluição atmosférica em muitas partes do mundo.

 

CORRENTE DE JATO TRAZ FULIGEM E FAVORECE CHUVA PRETA

A grande quantidade de fumaça que está chegando ao Rio Grande do Sul é trazida por uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera que avança pelo interior da América do Sul a Leste dos Andes e transporta o material particulado até as latitudes médias do continente.

 

Em termos leigos, a corrente de jato em baixos níveis é uma corrente de ar estreita encontrada na baixa atmosfera, normalmente em torno do nível de pressão de 850 hPa (ou cerca de 1500 metros de altitude), atuando entre um e dois quilômetros de altura.

 

Ou seja, é um corredor de vento nas camadas baixas da atmosfera. Tal como as principais correntes de jato, as polares e subtropicais, são “rios” na atmosfera, embora em menor escala e geralmente em velocidades mais lentas.

 

Estas correntes de jato em baixos níveis (JBN) a Leste dos Andes que trazem ar quente costumam se originar na Bolívia ou no Centro-Oeste do Brasil e apresentam, em regra, uma extensão de milhares de quilômetros do Sul da região amazônica até a bacia do Rio Prata. No Prata ou no Rio Grande do Sul, o jato costuma recurvar em direção a Leste para o Atlântico.

 

Quando as partículas de fuligem se misturam com a umidade nas nuvens, elas podem agir como núcleos de condensação, em torno dos quais as gotas de água se formam. Isso resulta em uma chuva contaminada com poluentes, que ao cair no solo pode afetar corpos d’água, solos e vegetação.

 

Por Metsul:. https://metsul.com/chuva-com-fuligem-e-provavel-no-sul-do-brasil-entre-hoje-e-amanha/ .

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