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Censo pode tirar vagas do RS na Câmara dos Deputados e alterar número de vereadores em 18 municípios gaúchos

Indiretamente, nova contagem da população também pode alterar quantidade de deputados estaduais

Os mais recentes dados populacionais, revelados pelo Censo neste ano, podem alterar a representação política dos gaúchos dentro do Estado e em nível nacional.

Como o número de cadeiras nos parlamentos municipais e federal é definido com base no tamanho da população, a atualização demográfica recém-concluída pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode reduzir o número de vereadores em quatro municípios do Rio Grande do Sul, ampliar em outros 14, além de tirar duas vagas para parlamentares gaúchos na Câmara dos Deputados.

Uma análise de dados nacionais compilados pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que Porto Alegre, Canguçu, Candelária e Soledade podem ser forçados a reduzir a quantidade de vagas para vereadores em razão de terem sofrido quedas de população que mudaram o patamar desses municípios no quadro que define o tamanho de cada parlamento.

Essa tabela, prevista na Constituição, estabelece um número máximo de representantes locais conforme a faixa de habitantes de cada localidade. Cidades com população entre 1,35 milhão e 1,5 milhão de habitantes, por exemplo, podem ter 37 cadeiras no máximo. Porto Alegre, que hoje tem 36, passou de 1,4 milhão para 1,33 milhão de moradores conforme o censo atual, e caiu um nível no quadro de composição dos parlamentos — que prevê um teto de 35 cadeiras.

Os principais municípios habilitados a inflar a representação política são Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Santa Cruz do Sul, Ijuí e Lajeado (veja lista completa mais abaixo). Caxias passaria de 23 para 25 representantes pelo novo patamar populacional.

Essa lista não inclui cidades que já estavam autorizadas a ter um número mais alto de vereadores, mas optaram por ficar com um número de cadeiras abaixo do permitido. Canoas, por exemplo, tem 21 vereadores atualmente, mas já poderia ter até 23.

Para se concretizar essas alterações na oferta de vagas, é preciso que os próprios vereadores aprovem uma alteração na lei orgânica de cada localidade até a data final das convenções partidárias, a ser definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Outro aspecto é que, embora o cálculo para definir o número de deputados estaduais não seja diretamente vinculado ao tamanho da população, também pode acabar afetado. Nesse caso, a conta prevê que as assembleias somem o triplo da quantidade de deputados federais até o limite de 36 cadeiras. Depois disso, cada parlamentar a mais na Câmara soma uma vaga a mais no Estado. Por esse critério, a Assembleia gaúcha passaria de 55 para 53 nomes.

Em todo o país, conforme a Folha, o Censo deve reduzir o tamanho das Câmaras Municipais em 140 cidades (resultando em um corte geral de 278 vagas), e elevar em outras 198 (autorizando a criação opcional de até 402 novas cadeiras). Outros 572 municípios já estavam autorizados a contar com um número maior de representantes do que o atual.

 

Projeção indica que RS pode perder duas vagas na Câmara Federal

Além de provocar uma dança das cadeiras nos legislativos municipais, o novo Censo pode resultar em alterações na composição da Câmara dos Deputados por Estado — distribuição que também depende do tamanho da população.

Uma projeção feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) a pedido do jornal Folha de S.Paulo mostra que, se os novos números do IBGE forem utilizados para recompor o plenário federal, sete Estados — incluído o Rio Grande do Sul — perderiam lugares, e outros sete aumentariam a presença no Congresso.

Os gaúchos ficariam com duas vagas a menos em relação às 31 de que dispõem atualmente. O Estado tem, conforme o Censo atual, 10,88 milhões de habitantes, apenas 186 mil a mais do que no levantamento de 2010. Embora o número não tenha diminuído, outras localidades do país ganharam mais habitantes e, por essa razão, poderiam passar a contar com um número mais elevado de representantes em detrimento do Rio Grande do Sul e outras seis unidades da federação.

Apesar das mudanças na dinâmica populacional do país, a distribuição de cadeiras por Estados não é alterada na Câmara desde 1993. Cabe ao próprio Legislativo, por lei complementar, fazer os ajustes. A divulgação do novo Censo pode estimular uma pressão política por parte dos Estados sub-representados para que isso seja feito agora com vista à eleição de 2026.

No caso do Senado, regido por outro tipo de norma, cada unidade da federação tem direito a três representantes.

Fonte: GZH
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