A manhã desta terça-feira (02) o programa Estúdio Boa Vista foi dedicado à celebração da cultura gaúcha. Ricardo Valmorbida, coordenador da 19ª Região Tradicionalista (RT) do MTG, e seu vice, Aldair Menosso, foram os entrevistados para detalhar os preparativos e a grandiosa Cavalgada que trouxe a Chama Crioula para Erechim, acendendo o espírito farroupilha para a Semana da Pátria.
A conversa foi repleta de histórias e detalhes da jornada que é, acima de tudo, um resgate da tradição e uma demonstração de amor aos costumes gaúchos. Aldair Menosso relembrou o momento emblemático do início da missão: no último dia 15 de agosto, um grupo de cavalarianos partiu de Caxias do Sul, cidade onde a Chama Crioula foi gerada no Pavilhão da Festa da Uva, com o objetivo de trazê-la até Erechim da maneira mais autêntica possível: “a patas de cavalo”.
(Foto: Ascom 19ª RT MTG – Por Aldair Menosso)
A viagem, que durou 15 dias, foi muito mais do que um simples deslocamento. Foi uma peregrinação pela história e pelas belezas naturais do Rio Grande do Sul. “A cavalgada passou por cidades históricas da Serra Gaúcha, pelas belezas naturais da região, até chegar em nossa cidade na quinta-feira (28)”, contou Menosso, destacando o caráter cultural do trajeto.
Agora, o símbolo de liberdade e tradição está em Erechim e será oficialmente distribuído. O ponto alto das celebrações ocorrerá no próximo dia 06 de setembro, às 9h, no Centro Municipal de Eventos Zulmir Sotoriva. Lá, a Chama Crioula será repassada para todas as entidades tradicionalistas que integram a 19ª RT, dando início oficial aos Festejos Farroupilha no município e na região.
Logística e Tradição: Uma Jornada Meticulosamente Planejada
No programa Estúdio Boa Vista, Ricardo Valmorbida complementou a narrativa com os detalhes logísticos da operação, que exigiu planejamento e esforço coletivo. A comitiva foi composta por 11 cavaleiros e mais 4 pessoas dando suporte em terra.
A estrutura de apoio foi fundamental para o sucesso da missão. Dois caminhões foram essenciais: um para transportar os cavalos e outro para levar a cozinha, responsável pela alimentação do grupo e pelos apetrechos de acampamento. Um veículo menor também acompanhou a comitiva, servindo como “batedor” especialmente durante a volta.
Valmorbida explicou um detalhe importante: “Somente a volta foi a patas de cavalo”. A ida até Caxias do Sul foi feita com o apoio dos veículos, preservando a energia dos animais e dos cavaleiros para o trajeto de volta, que era o verdadeiro desafio. Toda a hospedagem e os pontos de parada ao longo do caminho de volta foram organizados com antecedência, assegurando conforto e segurança para todos.
O Caminho de Volta: Resgatando Rotas e Histórias
O percurso de volta, feito exclusivamente a cavalo, foi uma imersão no coração do Gaúcho. A cavalgada trafegou por estradas secundárias e cenários deslumbrantes, passando pelas seguintes localidades: Nova Roma do Sul, Antonio Prado, Nova Prata, Guabiju, Muliterno, Santa Cecília do Sul, Tapejara, Souza Ramos e Rio Toldo, até adentrar o distrito de Capo-Êre e, finalmente, alcançar Erechim.
A disciplina do grupo foi outra marca da jornada. As cavalgadas eram realizadas sempre no período da manhã, percorrendo um trecho de, no máximo, 30 a 40 km por dia, um ritmo que respeitava os animais e permitia aos cavaleiros absorver a magnitude e a importância simbólica de cada passo dado.
Com a Chama Crioula agora guardada em Erechim, a cidade se prepara para receber o evento solene de distribuição, marcando o início de um ciclo de celebrações que honram a história, a coragem e a identidade do povo gaúcho.
Valmórbida aproveitou para informar que no dia 7 de setembro será servido um churrasco na vala, dentro do parque de Eventos e Tradições Gaúchas, com ingressos sendo vendidos com a comissão organizadora. Trata-se da 5ª Edição do Churrasco na vala. O primeiro iniciou no ano de 2021.
Por: Edson Machado da Silva