Em missa presidida por Dom Adimir Antonio Mazali, Bispo da Diocese de Erexim, concelebrada por três padres, no Santuário N. Sra. de Fátima, na noite do dia 22 de agosto, início da semana da vocação laical dentro do mês vocacional, Mons. Cleocir Bonetti, Bispo eleito de Caçador, SC, fez sua solene profissão de fé e juramente de fidelidade no exercício do episcopado, atos indispensáveis antes da ordenação de todo novo bispo. A missa teve a participação do mestre de cerimônias da Diocese, Pe. Lucas Stein, de familiares e amigos de Mons. Bonetti, servidores da Cúria Diocesana, membros de diversas pastorais e outras pessoas, dentro do estabelecido pelas normas sanitárias atuais. A celebração foi transmitida pelo facebook e youtube do Santuário.
A homilia foi proferida pelo próprio Mons. Bonetti. Iniciou expressando agradecimentos ao Bispo, aos padres presentes, aos colaboradores da Cúria, aos participantes presenciais e virtuais, especialmente da Diocese a que foi nomeado Bispo, Caçador, SC. Prosseguiu desenvolvendo reflexão a partir da pergunta “a quem queremos seguir e servir?”, à luz da primeira leitura e da passagem do Evangelho do dia. Na primeira leitura, Josué, que passou a conduzir o povo após a morte de Moisés, em assembleia, conclama a todos a uma definição: servir ao Deus que os libertara da casa da escravidão ou aos ídolos dos povos junto aos quais se encontravam, adiantando que ele e sua família serviriam ao Senhor. Todos retomaram o compromisso da Aliança. De forma semelhante, no evangelho, Jesus pergunta incisivamente aos doze se também querem abandoná-lo, diante da murmuração e da desistência de muitos em segui-lo por causa de sua catequese sobre o Pão da Vida, seu próprio Corpo, que Ele anunciava. Ressaltou que o seguimento a Cristo é difícil, mas traz felicidade. Lembrou também as relações familiares a partir da segunda leitura que acentuava a união do homem e da mulher no matrimônio como sinal da união de Cristo e a Igreja, bem como a vocação dos leigos e das leigas, chamados a ser sal da terra e luz do mundo nos diversos aspectos da vida.
Após a homilia, Mons. Bonetti foi motivado a fazer sua profissão de fé diante do Bispo e seu juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja com a mão sobre o Evangeliário.
A fórmula da profissão de fé inicia com a declaração de que como Bispo eleito crê firmemente e professa todas e cada uma das verdades que estão contidas no símbolo da fé, o creio, passando a recitá-lo, acrescendo crer em tudo o que está contido na Palavra de Deus e é proposto pela Igreja, com obsequiosa adesão ao Papa e a tudo o que o Magistério da Igreja propõe.
No juramento de fidelidade comprometeu-se ser sempre fiel à Igreja e ao Papa; exercer com diligência os compromissos de ensinar, santificar e governar o povo de Deus; guardar a unidade da Igreja e cuidar do depósito da fé; proceder de forma piedosa e santa e exercer o ministério com empenho; favorecer a disciplina comum de toda a Igreja; ter diligente empenho na administração dos bens temporais da mesma; cultivar amor maior possível com os presbíteros e diáconos; reconhecer e promover a dignidade dos leigos e sua participação na Igreja; participar das ações colegiais dos bispos e prestar contas de seu ofício de pastor quando solicitado pela Sé apostólica.
Após expressar publicamente esses compromissos, ele os assinou, junto com o Bispo. Os padres presentes os assinaram como testemunhas. (Abaixo, íntegra da profissão de fé; em breve, a do juramento de fidelidade)
Manifestação de carinho e gratidão dos colaboradores da Cúria, familiares e amigos de Mons. Bonetti
Após a celebração, ao se encaminhar para sair do Santuário, Mons. Bonetti foi surpreendido pelos colaboradores da Cúria, familiares e amigos que o aguardavam discretamente colocados nas entradas do recinto e foram ao seu encontro com balões e com cantos. Depois da primeira canção, houve saudação a ele lembrando alguns momentos vividos no dia-a-dia da Cúria. O próprio Dom Adimir executou um canto ressaltando o ministério ordenado. Depois dirigiu breve saudação a Mons. Bonetti. Este, por sua vez, declarou ter sido tomado realmente de surpresa. Em seus agradecimentos, assegurou que levará a todos em seu coração, pois são parte das pessoas que ama. Reiterou seu convite para sua ordenação na Catedral daqui e posse na de Caçador. Sua mãe, emocionada, agradeceu tudo o que fizeram e fazem por seu filho.
———————————————————.
Fórmula de profissão de fé
Eu N. (…), Bispo eleito de (…..), creio firmemente e professo todas e cada uma das verdades que estão contidas no símbolo da Fé, a saber:
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancia) ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há de vir. Amém.
Creio também firmemente em tudo o que está contido na palavra de Deus, escrita ou transmitida pela tradição, e é proposto pela Igreja, de forma solene ou pelo Magistério ordinário e universal, para ser acreditado como divinamente revelado.
De igual modo aceito firmemente e guardo tudo o que, acerca da doutrina da fé e dos costumes, é proposto de modo definitivo pela mesma Igreja.
Adiro ainda, com religioso obséquio da vontade e da inteligência, aos ensinamentos que o Romano Pontífice ou o Colégio Episcopal propõem quando exercem o Magistério autêntico, ainda que não entendam proclamá-los em um ato definitivo.