O XI Fórum Norte Gaúcho da Soja, realizado na última sexta-feira, 23 de agosto, em Ipiranga do Sul, reuniu mais de 350 pessoas no Ginásio Municipal da cidade. Entre os presentes, estavam produtores rurais, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, extensionistas da Emater/RS-Ascar, professores, acadêmicos e diversas lideranças do setor. O evento foi palco de discussões sobre os desafios e as perspectivas para a cultura da soja, com destaque para o controle químico de doenças, previsões climáticas e análises do mercado.
A cerimônia de abertura contou com pronunciamentos do presidente do Sindicato Rural de Getúlio Vargas, Luiz Carlos da Silva, e da gerente regional da Emater/RS-Ascar, Fernanda Angonese. Ambos enfatizaram a importância do evento para a disseminação de conhecimento técnico entre os produtores rurais, o que contribui para o aumento da produtividade e da rentabilidade das propriedades. “É fundamental que os produtores tenham acesso a informações de qualidade para melhorar o rendimento das lavouras e a renda líquida das propriedades”, destacou Angonese.
Também estiveram presentes na abertura o presidente da Associação dos Engenheiros dos Municípios do Alto Uruguai, Marlon Casanova; o presidente da ACCIAS, Roberto Galina; e o coordenador do curso de Agronomia do Centro Universitário Ideau, Maurício Scariot.
PALESTRAS ABORDAM CLIMA, CONTROLE DE PRAGAS E MERCADO
O fórum ofereceu uma série de palestras técnicas com o objetivo de orientar os produtores sobre práticas que possam aumentar o rendimento das lavouras de soja. O meteorologista Flávio Varone, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, apresentou tendências climáticas para os próximos meses, incluindo uma possível ocorrência de La Niña de intensidade fraca. “A projeção é de chuvas abaixo da média e temperaturas mais baixas, o que pode favorecer a próxima safra de soja”, afirmou Varone.
A professora doutora Carolina Deuner ressaltou a importância de um planejamento eficiente para o controle químico de doenças. “Executar o básico com excelência é fundamental para o sucesso no campo”, observou Deuner. Já o engenheiro agrônomo Anderson Nunes Gabardo discutiu os desafios enfrentados com a erva daninha caruru na última safra, destacando a necessidade de aprender com erros passados para evitar prejuízos futuros.
O economista-chefe Antônio da Luz trouxe uma análise detalhada do mercado de soja, tanto nacional quanto internacional. Segundo ele, apesar das quedas na produção dos maiores produtores globais, Brasil e Estados Unidos, a recuperação da produção argentina compensou, resultando em um aumento de 17,5 milhões de toneladas na produção global. Da Luz também destacou que o Brasil se tornou o maior estocador mundial de soja entre 2021 e 2023, com expectativas de manter níveis semelhantes até 2025.
PROJEÇÕES PARA O MERCADO DE SOJA EM 2024 E 2025
Antônio da Luz abordou ainda as projeções para o mercado de soja para os próximos anos. “A projeção de maior exportação brasileira em 2024 está sustentada pelo elevado estoque de carregamento”, explicou o economista, ressaltando a compra significativa de 200 milhões de toneladas de soja pela China em junho. Ele também apontou que a recuperação das safras no Brasil e nos Estados Unidos deve ocorrer até 2025, com expectativas de um desempenho positivo para o setor.
O XI Fórum Norte Gaúcho da Soja reafirmou sua importância como um espaço para troca de conhecimentos e experiências, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura na região e para a melhoria da produção de soja no Brasil.
Por Assessoria de Comunicação