Foi por amor que o fisioterapeuta Rafael Martins Ayub, 44 anos, veio parar em Erechim há quase uma década.
Não! Inicialmente, a paixão de Ayub não se deu pelos canteiros centrais arborizados, o traçado planejado nem tampouco pelo colorido outonal da Rua Bento Gonçalves, nos Altos da Maurício Cardoso.
O amor atendia – e segue atendendo – pelo nome de Daniela Dal Prá, arquiteta com quem o vereador e prefeito em exercício de Erechim está casado há 8 anos.
Fruto desta união nasceu o 1º filho do casal, Gael – de 5 anos, erechinense de carteirinha.
Da mesma união, iniciada incidentalmente em 2003 no Bar Scooba, em Imbé, no litoral do RS, também nasceu, anos mais tarde, a oportunidade profissional que deslocou a trajetória de Ayub da esfera privada para a atuação política.
Cansado da violência da Capital gaúcha, onde viveu por mais de 30 anos, contabilizando neste período dois assaltos a mão armada, Rafael Martins Ayub – então já nos braços de Daniela, decidiu que era hora de deixar para trás os riscos de POA e a gerência administrativa da Central de Agendamentos da Santa Casa e vir construir uma nova vida na terra da esposa.
Chegou a Erechim e, de cara, pelas mãos das famílias Dal Prá e Pungan encarou seu primeiro desafio, abençoado pelos peemedebistas Plínio Costa Jr. e João Dautartas, então secretários (titular e adjunto) da pasta de Saúde: em maio de 2009, coube a Ayub assumir o comando da Vigilância Sanitária.
No mês seguinte, viu ‘cair’ em seu colo a primeira morte do Brasil de um paciente infectado pelo vírus H1N1.
No meio do alvoroço, porém, Rafael Martins Ayub mostrou suas credenciais: o trato direto, respeitoso e responsável com a causa pública e para com o próximo. Líder pelo exemplo, conquistou a equipe, o reconhecimento do prefeito Polis e da população.
Com o bom trabalho, veio maio de 2010 e a oportunidade de assumir a diretoria administrativa da Fundação Hospitalar Santa Terezinha. Dois anos depois, ascendeu ao posto de diretor executivo da casa de saúde, função que exerceu até março de 2016, quando se licenciou para concorrer a vereador de Erechim, pelo PMDB.
Com apoios diversos e ‘silenciosos’, fez 1.230 votos garantindo uma cadeira no parlamento – poder que veio a presidir em 2018, e o que lhe permitiu viver a experiência desta semana: a de sentar por quatro dias na cadeira do prefeito Luiz Francisco Schmidt (PSDB), que esteve em Brasília enquanto o vice Marcos Lando (PDT) goza de ‘merecidas’ férias.
Questionado se a paixão pela ‘cadeira maior’ do palácio municipal teria batido tão forte quanto o sorriso inaugural de Daniela, no longínquo Scooba do início do século XXI, Ayub é prudente. Quase recatado. Diz que é cedo para afirmar qualquer coisa – e que as eleições de 2018 poderão, logo na esquina do tempo, dar as respostas que 2020 aguarda.
Uma coisa, porém, é certa – ao menos para este colunista: Rafael Martins Ayub está, sim, disposto a aprofundar suas relações com Erechim. De preferência, trazendo pela mão a companheira de outros carnavais – que não se incomodaria em ver o marido conduzindo o destino do pequeno Gael e de outros 103 mil habitantes da cidade que outrora lhe recebeu tão bem. A conferir.
Por Salus Loch