Um suplício para os caminhoneiros

Até o início do ano de 2016, acidentes graves proliferavam no entroncamento da BR 153 com a Avenida Caldas Junior (prolongamento da ER 135 até o Polo de Cultura), próximo ao Polo de Cultura. Mortes, pessoas presas às ferragens e sérias lesões costumavam ser os resultados das colisões, que geralmente aconteciam quando um veículo se deslocava sentido Getúlio Vargas/Erechim e tentava acessar a Caldas Júnior.

Para tentar mudar este cenário, o prefeito da época, Paulo Polis, a presidente da Câmara de Vereadores, Clarice Moraes, e a própria comunidade lindeira, solicitaram ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) que fossem realizadas alterações no trecho. Após estudos, o local recebeu nova pintura, sinalização e mudanças no traçado. Ficou proibido o acesso à Caldas Junior para quem vinha pela rodovia e o acesso à Olfar para quem vinha de Erechim, assim, ninguém mais cortava a pista. Quem se deslocava de Getúlio Vargas com destino ao Polo de Cultura ou a ERS 211, precisava entrar pela Henrique Salomoni, pelo Trevo da Vieiro, o mesmo valendo para um grande número de veículos que seguiam em sentido contrário pela BR 153.

As medidas cumpriram com seu objetivo e acabaram com os acidentes de trânsito no local, porém teve início um novo problema, que dois anos depois, segue sem solução: caminhões emperrando na rampa da Henrique Salomoni, cruzamento com a Caldas Júnior e ERS 211.

Causas

São raras as semanas que passam sem que uma carreta não acabe presa no local ou formando um L na pista. Na época das mudanças, a então Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, imaginando que a subida íngreme ocasionaria problemas, transformou a Henrique Salomoni em preferencial, buscando evitar assim que veículos carregados ou pesados precisassem parar no cruzamento e perdessem força. O problema é que a grande maioria dos condutores que transitam pela Caldas Júnior não respeita a sinalização e quem está na preferencial acaba precisando parar, muitas vezes para evitar um acidente ou por desconhecerem que a preferência é deles.

Outro motivo apontado para a grande quantidade de carretas emperradas na pista seria, segundo o DAER (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem), o excesso de carga de alguns veículos. E tem ainda o problema da própria rampa, pois carretas prancha raspam embaixo e acabam presas.

Para piorar a situação, em setembro do ano passado, a camada de asfalto colocada no local durante manutenção, passou a derreter devido ao calor e o peso das carretas e um bi-trem chegou a atolar no local. Na data ocorreu um imbróglio: de acordo com o motorista, o guincho cobraria R$ 500,00 para retirar o veículo, com 50 toneladas de milho, do local, porém ele só tinha R$ 48,00 e afirmou que deixaria o bi-trem no local. Dias depois, novo atolamento e a prefeitura providenciou a retirada com o uso de uma carregadeira e na sequência ocorreu o conserto do asfalto. Mas o problema do derretimento persistiu e foi necessário retirar a camada asfáltica e logo após um acidente foi registrado no local. A condutora de um Crossfox teria perdido o controle do veículo quando subia a rampa para acessar a Caldas Junior, retornou de ré e acabou caindo com o carro de uma altura aproximada de três metros e invadindo o pátio de uma empresa do setor agropecuário. Ninguém ficou ferido.

Rampa da vergonha

Na última segunda-feira (09) mais um caminhão acabou emperrado no local e alguns leitores questionaram sobre o fato de “se o problema existe há dois anos, por que só agora chamam de rampa da vergonha”. O “apelido” foi dado pelos próprios motoristas, moradores e trabalhadores da área, que a cada carreta presa na subida comentavam “essa rampa é uma vergonha”. Como os casos foram se repetindo e até o momento nenhuma solução foi dada, a alcunha acabou pegando e hoje é usada para descrever o trecho. Poucos erechinenses ouvem “foi lá na rampa da vergonha” e não sabem sobre que local está sendo falado.

Aguardando solução

No último mês de junho, o DAER, por meio de nota, informou que o problema na inclinação da rodovia acontece por o trecho estar em seu traçado original e seria necessário realizar estudo para a criação de um projeto que mudasse esse traçado.

A prefeitura município já teria enviado ao órgão estadual um pedido de providências para que sejam sanados os problemas na circulação viária e na drenagem pluvial no trecho.

Por Alan Dias 

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