É preciso fazer História para além da academia. Partindo dessa ideia, os estudantes do curso de História da UFFS – Campus Erechim, Anderson Dal Vesco, Eduardo Pitt, Guilherme Schons e Hagatta Lengowski vêm organizando um conjunto de elaborações digitais e multiplataforma sob orientação do professor Fábio Feltrin. As produções integram o projeto “Anjo da História”.
Segundo os estudantes, o nome foi escolhido em alusão à nona tese sobre o conceito de história, escrita pelo filósofo Walter Benjamin – ainda conforme eles, uma inspiração fundamental para a concepção adotada no desenvolvimento da iniciativa. “Walter Benjamin escreveu que ‘nem os mortos estarão em paz se o inimigo continuar a vencer’ e lançou um problema incontornável a historiadoras e historiadores: as sociedades estarão fadadas à repetição sistemática das opressões e violências se o passado não for tratado com o devido compromisso ético e político, ou, nas palavras do teórico alemão, se a História não for escovada a contrapelo, o futuro será passado”, esclarece Feltrin.
Como relatam os integrantes da equipe de trabalho, a experiência foi suscitada a partir da proposição do professor Fábio de que os acadêmicos lhe apresentassem um produto audiovisual no contexto da disciplina Introdução aos estudos históricos. Com isso, os estudantes se desafiaram a entrevistar historiadores e pesquisadores que transitam por temas que possam interessar a um público mais amplo com o qual consideram necessário dialogar. Assim, conversas, por exemplo, sobre feminismo e agroecologia, colonização, educação durante a pandemia, teoria da História, ditadura e poesia e os sentidos da disciplina atualmente podem ser acessadas tanto no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UC6OanWKOJuqbsVy8tpAUl2w) como no site de podcasts Spotify (https://open.spotify.com/show/1LUhatoso4JJHT1kHNDQLq). Além disso, eles atuaram na criação de perfis em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter, bem como no delineamento de um site.
Agora, buscam a institucionalização das atividades como um projeto de extensão. Dessa forma, eles pontuam que a live faz parte dos esforços de apresentação preliminar do programa Anjo da História à comunidade, uma vez que a História Pública defende que é preciso interagir com segmentos de fora da universidade a todo momento – e, portanto, inclusive, no estágio de gestação das ideias a serem postas em prática posteriormente. Embora esse seja um domínio novo para intervenção de historiadores, sobretudo no Brasil, o grupo aponta que a área ganha espaço rapidamente.
“Num contexto de negacionismos, manipulação da verdade, sufocamento da pesquisa científica e das universidades, projetos como o ‘Anjo da História’, idealizado por estes quatro jovens estudantes da UFFS, emergem como urgência destes tempos. Especialmente porque se propõem a ampliar o público e não se restringirem aos debates no interior da academia. Desse modo, se alinham aos desafios e compromissos da História Pública que, entre outros objetivos, visa justamente ampliar os horizontes da produção e consumo dos passados. Se depender destes jovens, o ‘inimigo’ cessará de vencer”, concluiu Feltrin.
A transmissão ao vivo poderá ser assistida no dia 28/07 (quarta-feira) a partir das 19h30 no canal do Anjo da História no YouTube, por meio do link: https://youtu.be/32bUsVIhtNw.
Assessoria de Comunicação