Transbrasiliana: 40 anos de promessas e nenhum asfalto

Passaram 7 presidentes em 12 mandatos e 9 senadores e a Transbrasiliana só na promessa

Ao longo de quatro décadas, sete presidentes, 11 senadores e centenas de deputados federais passaram pelo poder, mas a Transbrasiliana segue apenas no discurso político, sem avanços concretos em seu asfaltamento. A rodovia, essencial para o desenvolvimento do Alto Uruguai, continua sendo uma promessa eleitoral repetida a cada ciclo político.

Sempre que se aproximam as eleições, candidatos de outras regiões visitam Erechim e o Alto Uruguai garantindo que, desta vez, a obra sairá do papel. Além da Transbrasiliana, também prometem recursos para o Hospital Santa Terezinha e a pavimentação da ERS-477, que liga a região ao Nordeste do estado. Mas, após 40 anos, o que se vê é apenas retórica.

De Sarney a Bolsonaro, (Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique I e II, Lula I, II e III, Dilma I e II, Temer e Bolsonaro), nenhum dos presidentes que governaram o Brasil nesse período concluiu a rodovia. No Senado, nomes como Simon, Sérgio Zambiasi, Ana Amélia, José Fogaça, Emília Fernandes, Lasier Martins, Paulo Paim, Luiz Carlos Heinze e Hamilton Mourão também não garantiram os investimentos necessários. Este último, inclusive, foi vice-presidente e não cumpriu o prometido.

Na Câmara dos Deputados, a situação não é diferente. Mais de 100 candidatos passaram pela região nas últimas décadas, sendo que cerca de 20 foram eleitos – todos com a mesma promessa. No entanto, a Transbrasiliana segue inacabada. Os últimos deputados eleitos por Erechim e região foram Valdomiro Fioravante e Arno Magarinos, há mais de 30 anos, quando sequer existiam emendas parlamentares.

A questão não é ideológica – não importa se o político é de direita, esquerda ou centro. O que falta é união em torno de um objetivo comum: cobrar ações concretas. Enquanto isso não acontecer, continuaremos sendo apenas um palanque para campanhas eleitorais, com nossos votos servindo para fortalecer outros centros políticos.

Até quando vamos aceitar promessas vazias? A Transbrasiliana não pode esperar mais 40 anos.

Por: Egídio Lazzarotto

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