Tomou posse na última sexta-feira (2) a nova equipe diretiva da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. A solenidade, realizada no Auditório do Bloco B, reuniu autoridades locais e regionais que acompanharam o ato de transmissão do cargo de diretor de Campus, além da posse das novas coordenações acadêmica e administrativa.
O ato foi presidido pelo reitor da UFFS, Jaime Giolo, que agradeceu tanto à gestão liderada por Anderson Ribeiro quanto a disponibilidade do novo diretor, Luís Fernando Santos Corrêa da Silva, em aceitar o desafio. Giolo desejou “quatro anos exitosos e de bom trabalho” à nova equipe, que tem a professora Sandra Simone Hopner Pierozan no cargo de coordenadora acadêmica e, também, a assistente em administração Elizabete Maria da Silva Pedroski no cargo de coordenadora administrativa.
O professor Anderson Ribeiro, escolhido para ser o próximo reitor da Universidade, deve assumir o cargo em setembro, após encerrada a gestão de Giolo. Ao se despedir do cargo de diretor de campus, Anderson exaltou o processo democrático de alternância da gestão. “A democracia é muito difícil de sustentar. Demanda envolvimento e muito trabalho. Ela não é apenas o direito ao voto, mas o respeito aos processos, à participação e à vontade coletiva”, disse. Ribeiro também agradeceu a todos que “atuaram conosco neste período para construir um ambiente produtivo e com a cultura republicana de gestão, baseada no diálogo, no respeito e na participação”.
– Ao olhar o nosso plano de gestão, elaborado há quatro anos, vejo que muito dele foi levado a cabo. Não sem percalços, mas com muita dedicação e seriedade. Terminamos este período de gestão com a humildade e o reconhecimento que o resultado do nosso trabalho não é outra coisa senão o reflexo da atuação conjunta da comunidade acadêmica. Os próximos anos exigirão muito. Demandará atuação ativa e comprometimento para superarmos os desafios que já se apresentam às Instituições de Ensino Superior, para que possamos cumprir com os objetivos da nossa Universidade e para a criação de condições de amplo desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na nossa Instituição – destacou Anderson em seu discurso.
Luís Fernando, escolhido novo diretor por meio de consulta à comunidade universitária, relembrou o processo de criação da Universidade. “Hoje a UFFS significa a materialização do sonho acalentado de acesso a novas oportunidades formativas na região. Convém lembrar que mais de 90% dos estudantes que frequentam nossos cursos são oriundos da escola pública. Dentre outros motivos, é por isso que a defesa do projeto original da UFFS de inclusão de segmentos populares na educação superior pública significa nosso principal compromisso de gestão”, disse.
O novo diretor também falou sobre alguns dos objetivos para o novo período. “Precisamos qualificar ainda mais nossa relação com a comunidade regional e com as instituições já presentes na região, de modo a cumprir com os objetivos basilares do Plano de Desenvolvimento Institucional e da 2ª Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFFS. Pretendemos também trabalhar em prol da humanização dos espaços das relações humanas no Campus Erechim, mediante a promoção de um ambiente adequado para o pleno desenvolvimento das nossas atividades, e de respeito às diferenças socioculturais e identitárias”, destacou.
– É verdade que avançamos bastante desde a criação da nossa Universidade, mas ainda há muito por fazer: redução dos índices de evasão e retenção, qualificação das políticas de inclusão e de assistência estudantil, ampliação dos espaços de democracia direta, adoção de programas de apoio à maternidade e qualificação das atividades de ensino, pesquisa e extensão são objetivos que orientarão nossas ações do primeiro ao último dia de gestão.
A questão dos contingenciamentos orçamentários e restrições à autonomia universitária também pontuou o discurso do professor.
– Sabemos que assumimos a direção do Campus Erechim em um contexto desafiador. Curiosamente, os questionamentos relativos ao custo e à eficácia das universidades públicas surgem justamente no momento em que as classes populares começam a ter acesso de modo mais sistemático aos seus assentos. Por isso será preciso resistir no papel histórico da universidade pública em nosso país, de formação com qualidade, desenvolvimento da pesquisa de ponta e atuação forte na extensão. Outro movimento preocupante diz respeito às nomeações, por parte do Ministério da Educação, de reitores e vice-reitores não referendados nas consultas às comunidades universitárias. Esta postura tem colocado em risco a democracia nas Universidades Federais, o que torna cada vez mais importante reafirmarmos nossos compromissos éticos com os processos institucionais e suas instâncias decisórias. Aproveitamos para manifestar publicamente nosso apoio à nomeação da chapa vencedora do processo eletivo e também na eleição realizada no Conselho Universitário (Consuni).
Sobre o novo diretor
Luís Fernando Santos Corrêa da Silva é bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mesma instituição em que fez mestrado e doutorado em Sociologia. Fez pós-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal. Na UFFS, é professor do curso de Licenciatura em Ciências Sociais e do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas.
É pesquisador do Grupo de Pesquisas e Intervenções Sociedade, Educação e Desigualdades e do Laboratório Virtual e Interativo de Ensino de Sociologia (LAVIECS/UFRGS). Tem realizado estudos e publicações nas áreas de estratificação social e desigualdades, sociologia do trabalho,sociologia econômica e ensino de sociologia.