As decorrentes altas da taxa Selic tem causado inúmeros impactos para o mercado imobiliário. Na manhã desta quarta-feira (22), durante o TL News com o empresário e diretor da Express Soluções Financeiras, Tulio Lichtenstein, esse foi tema central.
A escalada expressiva de 13,25%, pesou no bolso da população que tem o sonho de ter a casa própria, financiar o seu imóvel. “O ano de 2020 foi o melhor período para financiar um imóvel, a taxa básica de juros era de 2%, 2,5% e o custo final do crédito imobiliário ficava em 7%. Agora com a Selic de 13,25%, os últimos contratos de crédito imobiliário o custo efetivo total é de 9,8% ao ano”, relatou o empresário.
Mas você deve estar se perguntando, quanto esses 2,8%, 3% pesam no bolso? Lichtenstein diz ter realizado uma pesquisa com base em três valores diferentes de financiamento. “Um financiamento imobiliário de R$ 250 mil, o comprador irá pagar com a Selic de agora, R$ 68 mil a mais no seu custo final. Um imóvel mediano de R$ 500 mil, irá pagar R$ 137 mil a mais o custo final do seu financiamento imobiliário, já o imóvel de R$ 1 milhão, chega a R$300 mil a mais com o percentual de 2.8%”, explicou.
Ele também deu alguns exemplos:
Tulio Lichtensteim deu dicas para os ouvintes que vão buscar crédito, tendo em vista que as instituições financeiras tem por base o comprometimento de 30% da renda mensal do tomador com a parcela. “Com todo esse aumento, comprometer 30% é arriscado, pois o salário não acompanhou o aumento da taxa Selic, então a capacidade de pagamento vai ficar reduzida. Sem considerar, que as pessoas não tem só a parcela para pagar mensalmente, mas o custo com cartão de crédito, alimentação, medicamentos e tantos outros. A dica é não comprometer os 30%, eu indicaria 15% para dar conta de todos os compromissos”, orientou.
Túlio também respondeu às perguntas dos ouvintes, especialmente se o aumento da taxa Selic refere-se somente aos novos contratos ou, antigos também:
Fundo de garantia, utilizar ou não para o pagamento do financiamento imobiliário?
Por falar em Selic, os questionamentos também foram relacionados ao Distrito Industrial Davide Zorzi. Com a liberação do mesmo, muitas empresas vão recorrer ao financiamento para construir seus parques fabris junto ao BNDES e BRDE. Entretanto, será que é um bom momento para investir ou é mais prudente ter cautela?
Lichtensteim entende ser favorável aguardar, “não é momento de fazer financiamento devido ao cenário da Selic e este ano, pode chegar a 14,25%. Mas lá na frente, 2023, 2024, a tendência é reduzir. Quem puder aproveitar este momento para fazer um caixa e dar mais entrada quando for construir um imóvel, um pavilhão e financiar menos, melhor”, finalizou.