SUTRAF-AU denuncia problemas de fornecimento de energia elétrica em reunião da AMAU

Assembleia contou com a presença da presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul

A região do Alto Uruguai se une em prol da energia elétrica. Nesta quinta-feira, 18 de janeiro, durante a Assembleia da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), foi discutida a problemática da energia elétrica na região. O Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai – SUTRAF-AU – denunciou a difícil situação vivida pelas famílias do meio rural.

O coordenador geral do SUTRAF-AU, Alcemir Bagnara, agradeceu o espaço proporcionado que o presidente da AMAU, Marcelo Arruda, concedeu para a discussão do problema, apresentando as lideranças regionais e nova presidência eleita da AMAU que os transtornos no fornecimento de energia vêm sendo enfrentado há muitos anos. Bagnara destacou alguns dados à presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS- Luciana Luso de Carvalho. “Tenta se caracterizar que os problemas centrais são os eucaliptos, mas os problemas vêm se arrastando desde 2011. São problemas na área de fornecimento e qualidade de infraestrutura, de poste podre, de não ter roçada, de rede em péssimas condições. Se não bastasse tudo isso, temos o problema com o tempo que demora para o restabelecimento da energia elétrica, neste sentido se apresentou provas de que a RGE recebe as reclamações, mas não dá resposta”, contou.

Bagnara, salientou que a empresa que deve fornecer energia, atua por meio de concessão pública, sendo por tanto de sua responsabilidade o fornecimento e manutenção da rede de energia. “A energia elétrica é um bem fundamental, determinante para o desenvolvimento da agricultura familiar, a falta de energia e a demora no restabelecimento faz o agricultor pagar uma conta que não é sua”, pontua.

Prejuízos

Bagnara relatou que devido à grande demora para o restabelecimento da energia elétrica nas cidades como Itatiba do Sul e São Valentim, muitas famílias sofreram grandes transtornos e prejuízos. “Prejuízo no trato de animais, sistemas automatizados, na ordenha, no resfriamento do leite, freezer sendo carregado de um lado para o outro, as pessoas sem internet, sem tv, sem ventilador, tomando banho frio, muitos lugares tem gente doente. Além disso, as famílias ficam com insegurança porque as câmeras não funcionam, ficam isoladas, tudo escuro e normalmente são nos locais mais distantes e pobres que temos problema e isso não pode ser normal”, comenta.

Foi entregue um dossiê com mais de 60 páginas com dados sobre o problema no Alto Uruguai, um relatório dos problemas específicos de cada município (prejuízos, dias sem energia elétrica, imagens); um estudo realizado pela UFFS Campus Erechim e o SUTRAF-AU em 2020, que já apontava esses que esses principais problemas não foram resolvidos; um inquérito civil na Procuradoria do Consumidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul; uma carta da comunidade de São Valentim (fruto de uma reunião do Sindicato com os agricultores e entidades  sobre o problema);  um ofício da Câmara de Vereadores de Marcelino Ramos, além de protocolos e imagens demonstrando a situação. “Foi uma reunião bastante importante, deixa a gente revoltado, é uma situação que não podemos aceitar com naturalidade que a gente fique 7, 8 dias sem energia elétrica e foi um espaço muito importante da AMAU para discutir isso. Por parte da RGE não saímos com muita esperança, mas esperamos que a AGERGS que é uma agência de regulação faça a fiscalização desse trabalho que consiga olhar com mais cuidado para nossa região”, finalizou Bagnara.

Além disso, foram apresentadas fotos demonstrando a situação da rede elétrica no interior, com postes pobres caídos e com tala, cobertos de vegetação, além de registros de protocolos sem resposta efetiva.

O SUTRAF-AU apresentou um documento realizando algumas solicitações para a RGE, AGERGS e o Governo do Estado. Confira as demandas:

Para a RGE

  • Realizar a substituição de todos os postes de madeira em no máximo três anos;
  • Realizar a limpeza periódica das áreas de servidão, intensificando o trabalho nas áreas onde as árvores estão encobrindo a fiação;
  • Aumentar o número de equipes de trabalho que realizam os consertos das redes e restabelecimento de energia elétrica;
  • Ressarcimento financeiro de perdas e danos às famílias que permaneceram ou virão a permanecer sem energia elétrica, pelo tempo a mais previsto no Artigo 176, da Resolução da ANAEEL 414/2010; e
  • Apresentação de relatório com número de postes de madeiras e concreto na região e plano de substituição.

Para AGERGS

  • Fiscalização mais rígida junto à concessionária, nos tópicos de substituição de postes e fiação, roçadas a área de servidão e tempo de restabelecimento de energia elétrica; e
  • Criação de canal de comunicação direta e simplificada para denúncias de entidades e/ou usuários;

Para o Governo do RS

  • Revisão da concessão a RGE pela aparente incapacidade operacional de comunicação com o público usuário.

Por assessoria de comunicação