O termo “spread bancário” se refere à diferença entre a taxa de juros que os bancos cobram dos clientes nos empréstimos e a taxa de juros que eles pagam nos depósitos. É uma forma de lucro para os bancos, já que a taxa de juros que cobram dos clientes é geralmente maior do que a taxa que pagam nos depósitos. E, este foi o tema destaque do TL News com o comentarista econômico, Tulio Lichtenstein, nesta quarta-feira (14).
O spread bancário pode variar de acordo com diversos fatores, como a política monetária do país, o risco de crédito, a competição entre os bancos e a demanda por empréstimos. Geralmente, quanto maior for o spread bancário, mais lucrativa é a atividade bancária.
“Escuta-se com frequência, deixei o meu dinheiro no banco aplicado a 0,70%, 0,80% ao mês e, se eu for desejar aderir a um empréstimo, vou pagar 2%”, relatou Lichtenstein. Seguiu dando um exemplo para elucidar: “Um supermercado, se a administração vender um produto que comprou pelo mesmo valor na prateleira, será insustentável, não conseguirá cumprir as folhas de pagamento, aluguel, despesas com marketing, impostos, tributos e tudo mais, pois estará empatando com o seu negócio. Nos bancos não é nada diferente disso, tem o custo do dinheiro do investidor, o que forma o spread bancário. São as despesas administrativas, de funcionários, inadimplência, taxas de juros, entre outros”.
Ainda, é importante ressaltar que cada banco pode definir seus próprios spreads, e eles podem variar entre instituições financeiras. Além disso, a regulamentação governamental também pode influenciar o spread bancário, visando garantir a estabilidade do sistema financeiro e a proteção dos consumidores.
Taxa Selic e spread
Quando questionado se a taxa Selic pode influenciar o spread bancário, assegurou que sim! “A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil. Ela serve como referência para os juros praticados no mercado financeiro”.
Automaticamente, quando a taxa Selic aumenta, os custos de captação dos bancos também tendem a aumentar, pois eles terão que pagar taxas mais altas para captar recursos. Isso pode levar os bancos a repassarem parte desse aumento de custo para os clientes, elevando as taxas de juros dos empréstimos e, consequentemente, o spread bancário.
“Por outro lado, quando a taxa Selic é reduzida, os custos de captação dos bancos diminuem, o que pode resultar em uma redução das taxas de juros cobradas dos clientes e, consequentemente, do spread bancário. No entanto, outros fatores também podem influenciar o spread como a demanda por crédito, o risco de crédito e a concorrência entre os bancos”, enalteceu o comentarista econômico.
Formação de preço
E a pergunta que não quer calar, o spread bancário pode ser entendido como parte da formação de preço dos serviços financeiros oferecidos pelos bancos? Segundo Tulio Lichtenstein, sim: “Os bancos definem as taxas de juros que cobram em empréstimos e as taxas que pagam nos depósitos com base em vários fatores, incluindo seus próprios custos operacionais, riscos envolvidos, margens de lucro desejadas e concorrência no mercado. Ao determinar o spread bancário, os bancos levam em consideração o custo de captação de recursos o), o risco de crédito dos clientes, os custos administrativos e operacionais, bem como a necessidade de obter lucro. O spread bancário é, portanto, a diferença entre as taxas de juros cobradas e as taxas de juros pagas pelos bancos”.