O movimento SOS Agro RS quer reunir 10 mil produtores rurais e 500 tratores em Porto Alegre, em manifestação para pressionar o governo federal a atender reivindicações de agropecuaristas gaúchos, endividados depois de anos de estiagem e das chuvas e enchentes de maio. A organização do protesto ainda aguarda definições da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da possibilidade de estacionar os tratores no Parque da Harmonia.
“Teremos uma reunião na segunda-feira (29), para saber se o Parque da Harmonia vai ceder espaço ou se teremos de procurar outro lugar para os tratores”, disse Graziele de Camargo, uma das organizadoras do SOS Agro.
De acordo com Graziele, as máquinas agrícolas têm de estar no local antes das 8h.
“A manifestação será na volta do parque. Haverá duas caminhadas. Uma para o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária, cuja sede em Porto Alegre está localizada na Avenida Loureiro da Silva)”, explicou Graziele.
O destino da outra caminhada será definido com EPTC
“Os tratores vão ficar rodando por umas quadras. Isso quem vai nos passar, na segunda-feira, será a EPTC. A EPTC vai fechar as ruas”, salientou a organizadora do SOS Agro.
Segundo Graziele, parte dos tratores deverá chegar à capital embarcada em caminhões.
“Vamos ter duas frentes. Quem vem pela BR-116 e pela BR-290, os tratores estarão embarcados em caminhões, pois vêm de muito longe. Quem vem pela BR-386, vai ter uma fila indiana para os tratores, que vão parar no Velopark”, afirmou Graziele, referindo-se ao velódromo de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana.
Graziele disse que haverá termo de responsabilidade para cada uma das máquinas agrícolas. Os tratores deverão estar revisados e serão numerados. Até o início da tarde de sexta-feira, 26, 108 tratores e 12 caminhões haviam sido prometidos por produtores rurais na comunidade do SOS Agro no WhatsApp. Para mobilizar os 10 mil participantes pretendidos, Graziele disse que o movimento solicitará o apoio de prefeituras para assegurar o transporte, em ônibus, até Porto Alegre.
Medida provisória
No dia 30 de julho, uma iniciativa do Palácio do Planalto poderá esvaziar a manifestação. Nesta data, o governo federal deverá editar medida provisória anunciada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O texto, segundo Fávaro, estabelecerá perdão de dívidas nos casos em que houve perda total, em razão da calamidade climática ocorrida em abril e maio. Em outros casos, haveria desconto proporcional ao dano sofrido. O SOS Agro RS apoia propostas da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), que sugerem prazo de pagamento de 15 anos, com dois anos de carência e 3% de juro ao ano.
Por Correio do Povo