A medida atinge 47 mil quilômetros de rodovias em todo o país e ocorre devido à falta de verba para manter o Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV). De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans), seriam necessários R$ 364 milhões para manter o sistema em funcionamento, mas o orçamento aprovado foi de apenas R$ 43,3 milhões.
O DNIT afirma que a suspensão é temporária e que está adotando medidas alternativas para mitigar os riscos. Em nota, a autarquia destacou que o PNCV é fundamental para reduzir acidentes causados por excesso de velocidade e que trabalha para retomar os contratos com os estados.
Rodovias concedidas à iniciativa privada mantêm fiscalização
Enquanto os radares do DNIT estão desligados, os equipamentos em rodovias federais administradas por concessionárias, como a Freeway, BR-448, BR-101 e BR-386, continuam operando normalmente. Já na BR 153, que corta Erechim, a ausência de fiscalização preocupa autoridades e moradores.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio Grande do Sul informou que intensificará o uso de radares portáteis e o monitoramento em trechos críticos. No entanto, o presidente da Abeetrans, Silvio Médici, alerta que a medida é insuficiente.
“As vias estão sem controle de velocidade. O DNIT orientou as superintendências a adotarem medidas em locais de maior risco, mas sabemos que isso é difícil, pois faltam recursos humanos para cobrir todos os trechos”, afirmou.
Risco iminente para Erechim
Com fluxo intenso de veículos e passagem por áreas urbanas, a BR 153 em Erechim já registrou acidentes graves em decorrência da alta velocidade. A desativação dos radares aumenta a vulnerabilidade de pedestres e motoristas, especialmente em cruzamentos e faixas de pedestres.
Enquanto o DNIT não regulariza a situação, a tarefa de fiscalização cabe a Polícia Rodoviária Federal.
O que diz o DNIT?
Em nota, o órgão afirmou que a suspensão é temporária e que está adotando medidas de engenharia para reduzir riscos. A previsão é que os contratos sejam retomados após ajustes orçamentários.
O que diz a PRF?
A PRF-RS garantiu que vai intensificar a fiscalização com radares móveis, mas reconhece que a ausência dos equipamentos fixos é uma lacuna na segurança viária.
Enquanto isso, Erechim e outras cidades cortadas pela BR 153 seguem em alerta, temendo que a falta de radares resulte em mais acidentes e mortes no trânsito.
Por: Redação Jornal Boa Vista