A Secretaria da Saúde (SES) emitiu um alerta epidemiológico sobre a dengue. “Os dados epidemiológicos apontam para um aumento de casos de dengue este ano em relação ao ano passado, tanto de notificações quanto de confirmações. A tendência é seguir até mais ou menos junho, que é o período sazonal da doença”, falou o biólogo do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Jáder Cardoso, durante reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE) Arboviroses, ocorrida nesta semana.
O Rio Grande do Sul registrou até o momento, em 2022, 2.252 casos confirmados de dengue, entre eles 2.031 autóctones (contraídos no próprio território de residência). As regiões do Estado mais críticas são as pertencentes às Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) 1ª (Porto Alegre), 2ª (Frederico Westphalen) e 16ª (Lajeado). 193 municípios gaúchos notificaram casos suspeitos. Foi confirmada uma morte por dengue, em Chapada, e seis outros óbitos estão em investigação por dengue.
De chikungunya, foram confirmados 11 casos, 10 deles autóctones. As confirmações se concentram, principalmente, no município de Água Santa, na região de Passo Fundo, 6ª CRS. Em relação à zika foi confirmado, em 2022 até o momento, um caso considerado importado (contraído fora do território gaúcho), em Encantado. Febre amarela não registrou nenhum caso confirmado em humanos, apenas casos em primatas não-humanos, o que evidencia a circulação do vírus e a necessidade da vacinação.
O documento é voltado para os profissionais de saúde, com orientações sobre como lidar com casos suspeitos dessas doenças e sensibilizar a classe médica para o diagnóstico. “Quando os pacientes chegam aos serviços de saúde com sintomas gripais é preciso avaliar não apenas a possibilidade de coronavírus, mas também arboviroses como a dengue”, falou a diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos.
Na próxima semana, os municípios irão receber capacitação do Cevs com apoio do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) e serão estimulados a realizarem mutirões de limpeza. O objetivo é reduzir os criadouros de mosquitos causadores da dengue Aedes aegypti. “Os mosquistos se valem de resíduos sólidos que podem manter água parada para se reproduzirem”, explicou Jáder. “Cada município, cada território tem suas particularidades. O combate do mosquito deve ser realizado nos municípios”, concluiu a diretora Cynthia. O alerta emitido diz que os municípios não devem aguardar a confirmação de um caso para tomar as medidas sanitárias e ambientais cabíveis, mas sim, agir logo na ocasião da suspeita.
Fonte: O Sul