Na sessão legislativa da última terça-feira (6), o vereador Rony Gabriel (PL) usou a tribuna para abordar um tema que vem chamando sua atenção: os prejuízos enfrentados pelos aposentados no Brasil e o impacto da propaganda no debate político e social.
Rony iniciou sua fala mencionando o discurso do Sr. Jorge Lisbôa Goelzer, homenageado com o Certificado Cultural Literário Professora Alba Albarello. Inspirado pela reflexão sobre ideologia, o vereador destacou como certos temas são defendidos ou ignorados com base em alinhamentos ideológicos. Ele comparou escândalos históricos no Brasil — como o mensalão (R$ 141 milhões), o petrolão (R$ 42,8 bilhões) — ao que chamou de “aposentão”, que, segundo ele, já ultrapassa R$ 90 bilhões desviados, prejudicando aposentados.
Para ilustrar o poder da propaganda, Rony contou uma história de 1929, quando Edward L. Bernays, sobrinho de Freud, foi contratado pela indústria tabagista para aumentar as vendas de cigarro entre as mulheres nos Estados Unidos. Bernays organizou uma ação com sufragistas, que acenderam cigarros em público diante de fotógrafos, transformando o cigarro em um símbolo de empoderamento feminino. O resultado foi o aumento das vendas e, no longo prazo, problemas graves de saúde pública. “O que era para ser um empoderamento feminino virou câncer de pulmão”, alertou.
O vereador relacionou essa estratégia ao uso da propaganda no ambiente político, que, segundo ele, torna o debate perigoso. Rony criticou duramente os desvios na Previdência Social e os empréstimos consignados fraudulentos em nome de aposentados, citando o caso de uma senhora que teve R$ 160 mil descontados de sua aposentadoria. Ele questionou: “Vocês fazem ideia de quantas pessoas morreram na fila do SUS porque o dinheiro foi desviado? Ou quantos aposentados não puderam comprar seus remédios porque fizeram empréstimos indevidos em nome deles?”
Rony também fez críticas à condução econômica do governo federal, lembrando que o governo anterior precisou parcelar precatórios para manter a saúde financeira durante a pandemia. Ele afirmou que o governo atual optou por pagar os precatórios à vista, beneficiando bancos que haviam comprado esses títulos com deságio de até 60%. Para o vereador, trata-se de “escândalo em cima de escândalo”, destacando ainda os empréstimos consignados com juros altíssimos, comparáveis aos cobrados por financeiras como a Crefisa.
O vereador alertou para o risco de a população aceitar essas situações por conta do viés ideológico e das estratégias de comunicação. Ele criticou o governo por se amparar em pautas identitárias — como defesa de LGBTs, negros e mulheres — enquanto, segundo ele, a realidade econômica não acompanha o discurso. “Os números reais não dizem isso, pelo amor de Deus”, afirmou.
Reconhecendo que sua fala poderia gerar discordância, Rony afirmou: “Eu não estou dizendo aqui que estou certo em tudo que estou falando”.
Por fim, o vereador reforçou que o problema ultrapassa o debate entre direita e esquerda, tratando-se de uma questão humanitária. Ele lamentou o descaso com os aposentados, destacando sua importância histórica e social: “São pessoas que trabalharam, lutaram, pagaram, contribuíram e têm o seu dinheiro roubado. São pessoas que têm mais experiência, que nos ensinam. E hoje nós temos que ver isso acontecendo e a gente ficar tipo assim… é política, eles roubam mesmo”, concluiu.
Por Assessoria de Comunicação