O delegado escolhido para assumir a direção-geral da Polícia Federal é Rolando Alexandre Souza. Ele não tem atuado na corporação. Está, temporariamente, designado para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde é secretário de Planejamento.
Rolando, já nomeado no Diário Oficial, é um dos assessores de Alexandre Ramagem, também delegado e atual chefe da Abin.
Ramagem – amigo de Carlos Bolsonaro, com o qual passou festas de fim de ano – era o favorito do presidente Jair Bolsonaro para chefiar a PF. Chegou a ser nomeado para o cargo, pelo presidente. Só que essa possibilidade está adiada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que viu indícios de tentativa presidencial de influenciar no andamento dos inquéritos criminais da PF que envolvem seus filhos. Algo, aliás, dito pelo ex-ministro da Justiça e ex-bolsonarista Sergio Moro, no dia em que pediu demissão.
Sem Ramagem, Bolsonaro escolheu Rolando Alexandre de Souza para o que pode ser um mandato-tampão na PF, até que a liminar do STF contrária à escolha de Ramagem seja derrubada – essa, pelo menos, é a intenção do presidente da República.
Rolando Alexandre de Souza era superintendente da PF em Alagoas, antes de assumir na Abin, onde exerce tarefa logística. GaúchaZH falou com dois delegados federais que conhecem Rolando. Descrevem o colega como “um bom nome” e “técnico e competente”. A questão interna na PF é como o delegado vai se portar diante de dois inquéritos que podem atingir filhos de Bolsonaro: o das fake news, que identificou empresários bolsonaristas que financiariam ataques contra ministros do STF, e uma outra investigação, sobre a organização de atos antidemocráticos pelo país, com apoio da família presidencial.
Por precaução, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz os dois inquéritos, determinou a manutenção das mesmas equipes que já atuavam na investigação, com delegado e investigadores.
Fonte: GaúchaZH