Tem chamado atenção nas últimas semanas a enorme quantidade de posts nas redes sociais relatando o abandono de cães maltratados em diferentes partes do município de Erechim. O problema que já era grave antes, parece ter se intensificado, mesmo havendo um enorme esforço por parte das entidades voluntárias e até dos órgãos de imprensa em tentar conscientizar a população sobre a crueldade de tais atos.
Uma criativa tentativa de barrar o abandono de animais foi encontrada no Povoado Coan, onde moradores colocaram um cartaz informando: “Atenção você que abandona animais indefesos nessa comunidade. Queremos apenas te fazer um pedido: Jogue sua mãe… Assim a gente castra ela para evitar que engravide de mais um lixo igual você”.
Nos últimos dois meses foram abandonadas oito cadelas grávidas e doentes no povoado.
Tem animais largados no Parque Longines Malinoswski, na área da Universidade Federal, em locais ermos de vários bairros e em diferentes localidades pelo interior do município. A maioria dos cachorros é encontrada coberta de pulgas, sarna, bernes, desnutridos, passando sede e até apresentando ferimentos como cortes, possivelmente provocados por armas brancas, isso quando não são localizados mortos, apresentando este tipo de lesão.
Mesmo sendo vítimas de tamanhos abusos, quando são resgatados, raramente demonstram ferocidade. A maioria mostra medo, tenta escapar ou se encolhe, mas bastam poucas demonstrações de carinho para que se deixem resgatar, abanando o rabo como sinal de agradecimento e alegria.
Sinceramente, não sei o que sugerir para auxiliar na tentativa de por um fim nessa barbárie, já que como citado, nem as campanhas de conscientização parecem surtir efeito em algumas mentes perversas, o que posso garantir é que, nesta mais de uma década cobrindo a área de Segurança Pública, descobri que aqueles que maltratam de forma tão cruel um animal, conseguem fazer o mesmo com as pessoas, sem pensar duas vezes.
Enquanto escrevia estas linhas, fui informado de que a vereadora Sandra Regina Picoli iria propor na sessão da última segunda-feira (09), audiência pública para tratar dos impasses em relação à causa animal. Oportunidade que todos poderão opinar, reclamar e sugerir soluções para o problema. Momento em que também será questionado o poder público sobre a responsabilidade em cumprir e fiscalizar a Lei nº 6.090, de 22 de dezembro de 2015, que dispõe sobre a criação, comércio, exibição, circulação e políticas de proteção aos animais no município. “Os impasses entre secretarias e a falta de um número para denúncias, bem como de atendimento de urgência fora do horário comercial, dificulta o trabalho daqueles que se dedicam com amor ao cuidado dos animais”, diz a vereadora.
Por Alan Dias/ JBV Online