Quase mil pessoas seguem fora de casa 11 dias após passagem de ciclone no RS

Em Caraá, um dos municípios mais atingidos, prefeito afirma que pretende alterar o plano diretor para evitar novas tragédias

Onze dias após a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, 980 pessoas seguem fora de casa no Estado, conforme o mais recente balanço da Defesa Civil, divulgado nesta segunda-feira (26). Dessas, 21 estão desabrigadas — em locais providenciados pelos municípios —, e outras 959 estão desalojadas — em residências de amigos e familiares.

Dezesseis pessoas morreram em decorrência do ciclone. O maior número de vítimas foi em Caraá, no Litoral Norte, onde foram registrados seis óbitos.

Nesta segunda, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Caraá, Magdiel Silva, relatou algumas providências que estão sendo tomadas no município. Para evitar novos desastres, o prefeito informou que não será permitida a ocupação dos locais que foram alagados e que pretende mudar o plano diretor da cidade.

— Não iremos permitir mais construções nem ocupações nessas áreas alagadas. Quem ocupava a região será direcionado para outras áreas, e contrataremos uma empresa que, junto com nossa engenharia e Defesa Civil, irá elaborar o novo plano diretor do município — disse.

Silva afirmou ainda que, possivelmente, será construído um condomínio habitacional onde serão colocadas as famílias que moravam nas cerca de 50 casas que foram completamente destruídas. Para tanto, contudo, será necessário auxílio dos governos estadual e federal.

Prejuízos em Maquiné

Também em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani dos Santos, falou sobre os prejuízos causados pelo ciclone na cidade. Segundo ele, nenhuma família está fora de casa no município, mas a preocupação no momento é em relação às perdas na agricultura.

— O meu apelo é para as famílias que perderam tudo na área da agricultura. Semana que vem iremos a Brasília para pedir apoio ao governo federal. Dependemos da agricultura quase que 100% — disse o prefeito.

— Essa foi a enchente que mais afetou a cidade. Precisaremos de um tempo para preparar as terras antes de poder plantar novamente. É estimado que o plantio só será reiniciado em 45 dias. Estávamos quase na colheita,  e a enxurrada levou tudo — afirmou.

Fonte: GZH
Ciclonedesabrigados