Quase 60% das salas de aula no Brasil são inadequadas como local de estudo

Foram averiguados aproximadamente 200 itens de infraestrutura nos colégios

Fiscalização feita por 32 Tribunais de Contas dos Estados constatou que 57% das salas de aula no País são inadequadas como local de estudo. Ao longo de três dias, os fiscais foram a 1.082 escolas públicas, estaduais e municipais, de 537 cidades de todos os Estados e do Distrito Federal.

Foram averiguados aproximadamente 200 itens de infraestrutura nos colégios. Os principais problemas encontrados foram janelas, ventiladores e móveis quebrados, iluminação e ventilação insuficientes, infiltrações e paredes mofadas. Também foram detectadas falhas na limpeza e higienização das dependências escolares.

“Em uma determinada unidade de ensino, dentro da sala de aula estava também o fogão e o botijão de gás para o preparo da merenda escolar, com a panela de pressão em cima do fogão”, destacou o presidente da Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), Cezar Miola.

Livros e computadores

A fiscalização encontrou ainda 63% das escolas sem bibliotecas, 63% sem sala de leitura e 88% sem laboratório ou sala de informática. Na área da segurança, 57% dos colégios não tinham nenhuma câmera de monitoramento, 45% estavam sem vigilância particular ou ronda escolar e 87% não tinham botão de pânico ou equipamento equivalente.

Os fiscais encontraram em 53% das escolas visitadas problemas na entrada do prédios. 17% tinham muro ou paredes com buracos que permitem o acesso de estranhos, 8% tinham portão vandalizado ou danificado e 10% tinham controle de portaria inadequado.

“Os Tribunais de Contas, com esses elementos, terão subsídios para novas fiscalizações, recomendações e determinações e, conforme o caso, até a aplicação de sanções. E, quanto aos recursos necessários, é preciso lembrar que os valores não investidos em 2020 e 2021 na manutenção e desenvolvimento do ensino deverão ser aplicados pelos municípios e pelos Estados, agora em 2023”, ressaltou Miola.

Fonte: O Sul
educaçãoTCE