O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, rebateu nesta sexta-feira (21) as críticas relacionadas à taxa de juros no Brasil e disse que a autoridade monetária não toma decisões políticas, apenas técnicas.
Campos Neto voltou a defender a autonomia do BC e a necessidade de o País manter o sistema de metas de inflação. Além disso, ele rebateu os argumentos usados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros membros do governo de que não há inflação de demanda.
“Alguns dizem: se a inflação é de oferta, não precisa de juros altos. Não é isso que observamos. Tem mais componente de demanda na inflação do que de oferta. E mesmo que fosse de oferta, o Banco Central tem que combater os efeitos secundários da inflação, que se propagam em cadeia”, declarou Campos Neto.
“O Banco Central é um órgão técnico, que toma decisões técnicas. E segue um timing técnico, que é diferente do timing político. Por isso, a autonomia é importante”, acrescentou ele durante um evento empresarial em Londres, na Inglaterra. “O custo de combater a inflação é alto, mas o custo de não combater a inflação é muito maior”, ressaltou.
O presidente do BC também voltou a dizer que a instituição é completamente autônoma, apesar dos “anseios políticos” para a redução de juros.