No Estúdio Boa Vista da Rádio Cultura na manhã desta sexta-feira, (20), a presença de Marcelo Arruda Presidente da FAMURS e Darlan Dalla Roza Presidente da ACCIE, fizeram uma análise da Audiência Pública sobre a Concessão e Duplicação da ERS 135, realizada na manhã do dia 19 (quinta-feira), na Câmara de Vereadores de Erechim.
Marcelo Arruda disse que são pautas que estão avançando e ontem foi o momento de conversar sobre a concessão desse trajeto de Erechim a Passo Fundo, mas que envolve, Erebango, Getúlio Vargas, Estação, Sertão e Coxilha, estrada de grande movimento e é a conexão para se deslocar a região metropolitana. É muito importante também na questão da educação, porque conecta com várias Universidades e esse tema que vem a tempo sendo debatido, pois já houve uma reunião também na Câmara de Vereadores em 2022 e naquela época era para ter acontecido a concessão, o governador Eduardo Leite havia renunciado e assumiu o vice Ranolfo, só que em agosto daquele ano o momento não era muito bom e foi retirado o plano de concessão, pois não se conseguiria uma tarifa justa para aquele momento. Então aconteceu agora um novo estudo, sem as cancelas e um novo sistema de cobrança de pedágio que é o Free Flow (fluxo livre), que seria pagar em determinado trechos, quando esse sistema faz a leitura da placa e se paga via aplicativo ou pelo site e até mesmo por tags cadastrados, reduzindo custos e dando um sentimento de justiça.
Ontem foi apresentado ao Estado o novo Projeto inicial elaborado pelo BNDS, que apresenta duplicações, melhorias de paralelas, passarelas, trevos, entre outras obras. Trecho que vai de Erechim a Passo Fundo, dali até Nova Prata e segue por Casca até Encantado e dali até Venâncio Aires e sem dúvidas é uma obra grandiosa, importante para o desenvolvimento do RS, pegando o Vale do Taquari e parte da Serra Gaúcha.
Conforme Arruda o grande desafio agora é trabalhar a tarifa, porque o projeto inicial é muito bom e a ideia é duplicar todo esse trecho no período de 13 anos, com todas as obras avançando, só que a tarifa inicial de Erechim a Passo Fundo ficaria na casa de 34 Reais ida e volta no veículo. E agora vem o debate, são 90 dias de janeiro a março de 2025, com a publicação da consulta e a partir de então a discussão com as lideranças, sociedade, com apresentação de sugestões, para definir até que valor estamos dispostos a pagar e o que esse valor dá para comportar de obras e melhorias e esse é o diálogo que tem que avançar.
Marcelo lembrou que outros estados também farão concessões em diversas rodovias. Em Santa Catarina o Governador logo vai encaminhar proposta para melhorias e pedagiar a 153, a 282, 470 e da 480, rodovias importantes que cortam Santa Catarina e deverão ter pedágio nos próximos anos porque o Estado e o Governo Federal não conseguem manter essas rodovias de conexão. No Paraná o Governador Ratinho está com projeto de concessão imenso para o ano que vem para poder desenvolver essas rodovias. São Paulo é um dos estados que mais faz concessão. É um movimento que temos que entender que é assim se quisermos ter boas rodovias para as empresas crescerem e para as pessoas poder se deslocar.
O Presidente da ACCIE Darlan Dalla Roza, citou como muito importante a Audiência Pública, pois estamos construindo a muitas mãos a possibilidade de tirar o nó do crescimento da nossa econômica. Já foi debatido inclusive com a Rádio Cultura esse movimento e levamos a diante essa ideia. Com essas ações, reuniões e batendo na porta do governador e dos secretários, temos a possibilidade de anteciparmos a realização dessa obra que é urgente.
Dalla Roza lembrou da sua fala na audiência pública, pela urgência em iniciar esse trecho que é o chamado corredor do desenvolvimento de Erechim. Iniciando no trevo próximo a Polícia Rodoviária Estadual até a Universidade Federal, com a construção das paralelas de forma urgente, antes de termos notícias de acidentes graves, porque são muitas pessoas que trabalham nas indústrias instaladas nesse corredor. Mais de 2 mil e 500 pessoas circulam nessa região. Somente no complexo da TRIEL HT, são 900 colaboradores. Hoje a espera de veículos leves e pesados que precisam sair do pátio das empresas ou até mesmo da UFFS, precisam esperar em média de 4 a 7 minutos em horários específicos para poder entrar na faixa principal da ERS 135. Tem pontos de estrangulamento na rodovia, aonde o trânsito em alguns momentos chega a parar.
Quanto a tarifa que foi anunciada na audiência pública, 23 centavos o km, é alta, mas esse seria o teto aonde será lançado a concessão, seria dali para baixo com a possibilidade de uma redução e isso depende das propostas que serão apresentadas pelas empresas que irão participar da licitação.
Obras emergenciais
Conforme o Presidente da ACCIE é necessário de forma urgente realizar algumas obras nesse corredor, uma via de desaceleração que foi solicitada ao Prefeito Polis e ele já se colocou à disposição. “Já estamos conversando com o DNIT para a colocação de no mínimo 2 redutores de velocidade e assim teremos um risco menor de acidente nesse trecho. ” Pontuou Darlan.
A Prefeitura de Erechim está disposta a realizar algumas intervenções naquele local, mas depende da autorização da EGR que é a empresa do estado, que recolhe um pedágio e entrega pouco aqui nesse trecho. Conforme Marcelo Arruda, “é uma empresa que tapa buraco e ainda tapa mal, não tem sinalização, não tem obras de melhoria”. Disse que ficou acompanhando a sinalização que foi realizada nos últimos 60 dias e ele e a deputada Nadine tiveram que encaminhar mensagens quase que diariamente para o Presidente da EGR. “Então é algo que assim como está, não funciona. ” Concluiu Marcelo.
Arruda disse que existem 2 modalidades, uma é quando a empresa apresenta uma proposta aonde ela coloca mais investimentos e não se trabalha o preço da tarifa e a outra é a modalidade do preço que as entidades e a sociedade está defendendo, ou seja, uma tarifa menor. A ideia é que o estado possa analisar no que ele pode ajudar mais. Lá no Vale do Taquari, com a justificativa de todas as obras que tem de intervenção, que foi a região mais atingida pelas enchentes, o governador conseguiu justificar o investimento de 1,3 bilhões nessa concessão para as obras naquela região, então agora o que será apresentado, e o Secretário Capeluppi ficou no compromisso de dialogar com o governador Eduardo Leite para ver o quanto que o estado poderá aportar a mais, colocando um valor a maior, para reduzir a tarifa, mas não é simples, porque foi baixado 10 centavos, a proposta inicial era 32 centavos por km e para baixar esses 10 centavos o estado teve que colocar 1.3 bilhões, então para chegar no valor de 20 reais que gostaríamos que fosse, o usuário pagando 10 reais para ir e 10 reais para voltar de Erechim a Passo Fundo, precisaria que o estado colocasse mais 1.3 bilhões, então esse é o desafio, acrescentou Marcelo Arruda.