A venda de veículos novos no Brasil teve uma queda de 4,97% em agosto deste ano, quando comparado com o mês anterior. Esse é o pior resultado registrado pelo setor nos últimos 16 anos para esse mês, segundo o levantamento da Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (Fenabrave), divulgado nesta quinta-feira (2). Para a federação, é possível afirmar que o setor vive seu pior momento desde 2005.
Na comparação entre agosto e o mesmo período de 2020, o recuo foi de 1,8%. O resultado representa a terceira queda consecutiva na venda de automóveis novos. A pesquisa leva em consideração o número de veículos comercializados em território nacional, entre carros de passeio, motos, vans, caminhões e ônibus.
“O ritmo dos emplacamentos e venda de veículos no Brasil está sendo ditado pela capacidade de entrega das montadoras, que ainda sofrem com a escassez, especialmente, de semicondutores (materiais que possuem baixa condutividade elétrica utilizados em automóveis)”, analisa o presidente.
A pesquisadora e economista da FGV IBRE, Marina Garrido, falou com a CNN e reafirmou que a escassez de insumos no mercado nacional é o principal vilão para a queda na produção automobilística.
“A queda está completamente relacionada à escassez de insumos no geral da indústria. A pandemia gerou um grande gargalho de oferta, que não está acompanhando o retorno da demanda. As pessoas voltaram a consumir em grande volume, entretanto, as empresas não conseguem voltar a produzir na mesma quantidade com tanta velocidade”, explicou.
O setor, entretanto, já apresenta uma recuperação neste ano, em comparação com 2020, começo da pandemia de Covid-19. No acumulado de 2021, o volume de vendas de automóveis teve uma alta de 27,83% sobre os oito primeiros meses do ano passado.
Fonte: CNN