A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) o fim da paridade de preços do petróleo e dos combustíveis derivados – como gasolina e diesel – com o dólar e o mercado internacional.
Pela regra em vigor desde 2016, os preços desses produtos no mercado interno acompanhavam as oscilações internacionais, ou seja, não havia intervenção do governo para garantir preços menores.
Agora, a Petrobras anunciou o fim desse mecanismo automático. “Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz o comunicado.
Segundo a nota oficial da Petrobras, a nova “estratégia comercial” usa duas referências de mercado: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.
“O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”, explica o comunicado da Petrobras.
Já o valor marginal, segundo a petroleira, é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, entre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, afirmou a estatal.
O comunicado da Petrobras, no entanto, não apresenta uma fórmula clara indicando qual será o peso de cada fator no novo cálculo.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vinha falando em “abrasileirar” os preços dos combustíveis, o que, de modo geral, significa criar mecanismos para reduzir o impacto dessas oscilações internacionais do petróleo nas bombas dos postos.