Nesta sexta-feira (21) o inverno chegou a um mês. No entanto, os gaúchos não estão sentindo tanto frio quanto era esperado. Ainda que o calor tenha aparecido, ainda não se pode falar em atuação direta do efeito El Niño, que faz com que as águas do pacífico equatorial fiquem mais quentes.
— Tanto o inverno, quanto atuação do El Niño ainda são muito incipientes, assim precisamos de mais tempo e análise de dados para verificar seus efeitos — aponta Rogério Rezende, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Porto Alegre.
Sobre como foi este primeiro período do inverno, o especialista diz que a expectativa foi excedida em parte do RS.
— Choveu acima da média em boa parte do RS, somente na Fronteira Oeste e Extremo Sul que as chuvas não ficaram acima do esperado, nas demais regiões as chuvas ficaram acima ou muito próximo do que estava previsto.
Em relação as temperaturas, Rezende aponta que as máximas estiveram abaixo, ou seja, se esperava mais calor do que tem sido. Já as mínimas estiveram mais altas.
— Tivemos mais dias nublados com menor incidência do sol a tendência é ter temperaturas a noite e madrugada mais amenas e durante o dia não esquenta tanto — aponta.
Segundo dados do Inmet, a média das temperaturas máximas registradas em Porto Alegre, de 1 a 20 de julho, foi de 20,0°C, apenas 0,3°C acima do normal para o mês que é de 19,7°C. A média das temperaturas mínimas registradas de 1 a 20 de julho foi de 11,8°C, 1,4°C acima da média normal (climatológica) para julho que é de 10,4°C.
Próximos meses
Em agosto, a precipitação deve ficar acima da média principalmente na faixa leste do Estado , Região Metropolitana, Litoral, Região Sul e Serra deve ter novamente chuva acima da média. Nada fora do padrão, fica de 10 milímetros a 50 milímetros acima do esperado, prevê Rogério.
Já as temperaturas também vão ficar acima do padrão esperado (normal climatológico) para o mês, ultrapassando inclusive as médias de julho. Agosto então será um mês mais quente e mais chuvoso em boa parte
— Se tem mais dias de chuva, temos menos sol e por consequência as temperaturas não sobem nem descem muito, ficam em um patamar mediano.
Rogério salienta ainda que as condições de geada permanecem ao longo dos próximos meses. Quanto a ocorrência de ciclones extratropicais, afirma que podem ocorrer, mas que prever sua gravidade não é possível neste momento, mas que eventos como os de junho não devem se repetir.
Em setembro, a previsão é de que as temperaturas fiquem mais baixas, com cara de inverno, mas o prognóstico ainda pode mudar, saliente Rezende.
Por GZH