Neste espaço me manifestei em várias oportunidades dizendo que Erechim precisa muito do Partido Progressista, não apenas dentro do Executivo, mas também no Legislativo, pela sua experiência administrativa e pelo capital político que adquiriu ao longo do tempo, no entanto, sempre defendi que o partido precisava de renovação e vir sem o ranço do passado, e desde a eleição Reginaldo Bolis para ser presidente do partido, parecia que estava tudo se encaminhando para essa renovação.
De imediato ele começou tratativas para levar ao partido o Jackson Arpini, uma das lideranças de nossa cidade, buscando ter um nome forte para concorrer a deputado estadual ou para uma majoritária na próxima eleição municipal, mas, não sei por qual motivo, Jackson acabou desistindo de se filiar e talvez essa tenha sido uma das grandes decepções políticas para Arpini, Bolis e várias lideranças Progressistas na região.
Depois saudei o surgimento de duas jovens pré-candidaturas a deputado federal e estadual, e de imediato surgiu alguém dentro do partido defendendo outra candidatura, de outra região. No evento de pré-lançamento da candidatura de Carlos Pomagerski, compareceu mais gente de fora do partido do que filiados. No evento, que era do Carlos, o pré-candidato a deputado estadual Kaká Cofferi, acabou tendo mais espaço.
O ex-prefeito Eloi Zanella os apresentou como sendo a dobradinha do partido e deu bons conselhos aos dois jovens, mas quando tudo parecia que pelas bandas do Partido Progressista estava correndo tudo bem, surgiu a divisão da dobradinha. Cofferi buscou outro candidato a deputado federal e Pomagerski, imediatamente foi procurar outra dobradinha, com um candidato a deputado estadual da região metropolitana.
Na semana que passou encontrei o presidente do partido, Reginaldo Bolis. Quando questionado sobre o assunto, o mesmo se mostrou desanimado com as divergências dentro da sigla e preferiu não comentar nada.
Tem alguns filiados da velha guarda do PP que entendem que este colunista estaria só divulgando coisas negativas do partido, o que não é verdade, é só olhar os últimos acontecimentos dentro da legenda. Gostaria muito de poder escrever neste espaço que os Progressistas estão unidos, que estaria formando novas lideranças para as próximas eleições, mas ultimamente o que se ouve, por parte de alguns dos próprios membros, não são notícias muito boas. Essas divergências vêm ocorrendo desde o momento em que o partido deixou o palácio municipal.
Quem diria que com o currículo que tem, o ex-prefeito Eloi Zanella seria um dos alvos das maiores críticas dentro do partido em Erechim e na região. Ou seja, o Progressista virou uma Torre de Babel, onde ninguém mais se entende e cada um fala uma linguagem diferente. Fica muito difícil prever o que vai acontecer no futuro dentro da sigla.
Não descarto nem a possibilidade de que Bolis venha renunciar a presidência do partido, diante da atual situação. Afinal ele não precisa se incomodar com tantas vaidades e ranço dentro da sigla. “Essa divisão foi estratégica, para isolar alguns históricos que se acham donos do partido e alguém vai ter que pagar a conta desta divisão. Temos que nos espelhar no MDB, que sempre foi nosso grande adversário, fez as mudanças necessárias na hora certa e hoje tem várias lideranças novas para concorrer a vários cargos, enquanto nós estamos esperando para ver quando iremos fechar as portas por falta de lideranças novas”, me diz um dos filiados, que não quer se identificar.
O PP, agora Progressista, que para muitos era considerado um exemplo de partido, que tinha estratégia e soluções para tudo, hoje é isso que estamos vendo. Situação muito triste para a política local, afinal Erechim precisa do Partido Progressista, seja ele no Executivo ou Legislativo. Quem pode acabar pagando a conta destas briguinhas, vaidades e ranços de alguns filiados, talvez sejam as pessoas que não tem nada com isso.
Por Egidio Lazzarotto