Paróquia São Cristóvão com novo Pároco

Presidindo a missa das 18h na igreja São Cristóvão, em Erechim, Dom José oficializou Pe. Anderson Francisco Faenello como no Pároco daquela Paróquia.

Na homilia, convidou a todos a olhar para o mais profundo do próprio coração para identificar os desvios que nele possam se encontrar. Exortou a todos a superar as tentações a que estão sujeitos. Situou a missão do padre nas palavras de São Paulo: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”. Desejou que os fiéis daquela paróquia Desejou que os fiéis, irmanados na fé, possam percorrer o caminho do discipulado, deixando que o Mestre Jesus os conduza e os oriente como irmãos, para poderem dar testemunho da presença do Reino de Deus, que está entre nós.

Concluída sua reflexão, Dom José convidou o novo Pároco a renovar seus compromissos sacerdotais e lhe entregou símbolos dos principais aspectos de sua função.

Íntegra da homilia de Dom José

Saúdo o Pe. Cleocir Bonetti, Vigário Geral da Diocese; o Pe. Maximino Tiburski, que trabalhou nesta Paróquia por um longo período como vigário paroquial e esteve à frente dela quase um ano como Administrador Paroquial; através dele saúdo todos os sacerdotes, diáconos e seminaristas presentes. Minhas saudações ao novo pároco, Pe. Anderson Faenello, seus familiares e amigos que vieram manifestar-lhe apoio e estímulo neste momento significativo na sua vida sacerdotal.  Saúdo com estima os irmãos e irmãs das comunidades da Paróquia São Cristovão e de outras paróquias que vieram celebrar e participar do banquete da Eucaristia. Com apreço e gratidão, trago presente os membros dos Conselhos e as lideranças da Paróquia, ressaltando o empenho, amor e dedicação com que assumiram o papel de cristãos leigos e leigas, “Sal da terra e Luz do mundo”, participando de forma ativa nos trabalhos pastorais e administrativos que envolvem a vida de fé da comunidade paroquial.

A você, Pe. Maximino, e a você, diácono Jacir, a minha gratidão pelo empenho e dedicação em servir a Igreja povo de Deus, com amor e dedicação, neste período de transição e também de desafios. Estendo meus agradecimentos ao Pe. Cleocir Bonetti, que se fez presente neste período, ajudando no que foi possível o Conselho Econômico e celebrando nas comunidades. Agradeço também ao Pe. Giovani Momo, que se dispôs em ajudar nas celebrações, com espírito de amor e solidariedade.

Queridos irmãos e irmãs em Cristo Jesus, neste final de semana a Palavra de Deus nos pede para olharmos com atenção no mais profundo do nosso coração para podermos discernir todos os “desvios” (1Cor 7,35) que nele habitam. Eles representam uma verdadeira armadilha que muitas vezes nos impedem de sermos nós mesmos, e principalmente nos levam a não darmos o espaço necessário a Deus para escutarmos o que Ele tem a nos dizer. Esta escuta cria aquela relação com Ele que envolve o coração e é capaz de dar um novo sentido à nossa existência.

Não podemos ignorar ou fingir que as tentações que destroem a liberdade e a dignidade dos filhos e filhas de Deus rondam continuamente a nossa vida de cristãos, e às vezes acabam por endurecer o nosso coração em relação às coisas de Deus. Acabamos aceitando o rótulo de vivermos como cristãos sem cruz, ou “sem a presença de Cristo”. O Evangelho em vez de ser uma fonte inspiradora de vida e de comunhão entre irmãos, que professam a fé no Senhor e nos renova através da “Palavra”, pode ser apenas um dado histórico.

O adversário das nossas almas, sempre e de todos os modos, procura confundir o nosso discernimento fazendo parecer como uma armadilha aquilo que é na verdade uma ligação que nos liberta e nos dá a capacidade de amar, de vivermos como irmãos em comunidade. Para viver em comunhão, precisamos alimentar a nossa fé com o Pão da Palavra e com o Pão da Eucaristia, criando e fortalecendo os laços de comunhão.

O diabo procura sempre nos convencer de que a “armadilha” do apego cego a nós mesmos é o melhor modo para sermos livres. Deste engano contínuo e sempre possível, o Senhor nos cura com a sua misericórdia, criando um tempo novo, que nos permite vivermos e sermos pessoas novas, pela sua graça.

Temos necessidade, dia após dia, de nos tornarmos sempre mais capazes de administrarmos as nossas preocupações, que podem dilacerar o nosso coração, a nossa família e a nossa comunidade.

São Paulo na primeira carta aos Coríntios diz: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações”. Esta é também a missão do sacerdote, como Pároco, ou Vigário de uma comunidade de fé. Não importa qual o estado de vida que escolhemos. O caminho da comunhão com Deus e com os irmãos é marcado pela aceitação, pelo perdão, pela reconciliação e a conversão que nos leva à santificação.

Nada de novo seria possível, na minha vida e na de todos, sem a disponibilidade de deixarmos que os nossos planos e os nossos costumes sejam purificados pela força libertadora do Evangelho. Com a sua palavra, mais forte do que qualquer tentação e possessão, o Senhor faz calar o mal que habita em nós. Somente assim é possível renascer em nós aquela liberdade autêntica que permite o reflorescer da nossa genuína humanidade. O texto do Evangelho de Marcos que ouvimos relata que o demônio e a multidão reconheceram no tom da voz do Senhor uma “autoridade” inédita, capaz de reacender a esperança e libertar-nos de todo nosso mal estar.

Hoje esta comunidade paroquial acolhe seu novo pároco. Desejo de coração que juntos, irmanados na fé, possais percorrer o caminho do discipulado, deixando que o Mestre Jesus vos conduza e vos oriente como irmãos, para que possais dar testemunho da presença do Reino de Deus, que está entre nós. Ao pároco cabe a missão, através do seu ministério sacerdotal, ministrar os sacramentos, mas também instruir, formar, orientar, educar e santificar o povo de Deus, pelo testemunho de vida, pela oração e pelas palavras através das homilias e a formação permanente. O Pároco, não trabalha sozinho. Pode ter um vigário, um diácono, mas é indispensável a participação e a atuação dos leigos e leigas, dos batizados na vida da Igreja, atuando nas Pastorais, nos Conselhos Econômicos e de Pastoral, nos movimentos, na Catequese, etc.

Uma Igreja em saída, missionária e solidaria é possível com a participação ativa e participativa dos leigos e leigas que formam a Igreja, povo de Deus.

Que nossa Senhora de Fátima, São José, padroeiro da nossa Diocese e São Cristóvão, padroeiro desta paróquia, intercedam junto a Deus pela vida e pela caminhada de fé do nosso querido povo.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.