Na assistência à saúde, o brincar deve ser utilizado tanto para cumprir função recreacional quanto terapêutica. Com esta perspectiva, o Hospital de Caridade de Erechim passou a adotar em sua Unidade Pediátrica o Brinquedo Terapêutico.
O sorriso aberto da pequena Sophia de Aguiar, de 2 anos e 4 meses, ao lado dos bonecos Lena e Chico, comprova os benefícios da medida. Mas, não é só ela que se mostra mais tranquila e com bom estado de espírito diante da iniciativa. As avós Olga Michelczuk e Eloisa Pavani também destacam os efeitos do brinquedo no tratamento. Segundo elas, a presença de Lena e Chico deixou Sophia mais relaxada e confortável, além de servir para que a família pudesse conhecer melhor os procedimentos aos quais a neta seria submetida.
Começo, capacitação e efeitos
A utilização do Brinquedo Terapêutico na Unidade de Pediatria do HC teve início há cerca de um mês e partiu de uma iniciativa da enfermeira Cátia Regina Mingotti, que conheceu a experiência durante especialização realizada na Faculdade Pequeno Príncipe, em Curitiba/PR. ‘A proposta vem sendo inserida na prática assistencial às crianças e com ela inúmeros benefícios se consolidam no contexto do cuidado. Apresentei o projeto à gerência assistencial do HC, que prontamente apoiou’, explica Cátia.
Antes da implantação da medida, os profissionais da Pediatria do Hospital de Caridade foram capacitados pela própria Cátia a fim de prestar o melhor atendimentos aos pacientes clínicos e cirúrgicos. ‘Nossa equipe tem utilizado o Brinquedo Terapêutico não apenas como um meio de alívio às questões impostas pela doença, hospitalização ou procedimentos, mas também como uma possibilidade de comunicação pela qual podem dar explicações e por meio do qual podem receber informações importantes’, resume Cátia.
No total, o HC dispõe de 25 leitos na Unidade Pediátrica, sendo que a dupla Lena e Chico está acessível a todos eles.
Três tipos
O Brinquedo Terapêutico, que obedece à Resolução n. 546/2017 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), pode ser classificado em três tipos:
– Dramático: que propicia à criança dramatizar experiências novas, difíceis de serem verbalizadas e, tornar-se emocionalmente segura;
– Capacitador de funções fisiológicas: no qual a criança participa de atividades para melhorar seu estado físico por intermédio de brincadeiras que reforçam e envolvem seu próprio cuidado;
– Instrucional ou preparatório: que prepara a criança, por meio de uma brincadeira, para os procedimentos a que será submetida, a fim de promover sua compreensão sobre o tratamento e clarear conceitos errôneos.