A celebração da Páscoa, ou domingo da ressurreição, é comemorado por muitas pessoas com mesa arrumada, família reunida, brinquedos e os ovos de chocolate, cujo os preços, aumentam ano após ano. Experimente ir ao supermercado e visitar o corredor dos ovos de Páscoa. Além do preço elevado por pouquíssimas gramas de chocolate, bolas, bonecas, carrinhos, coroas e tantos outros adereços, são alguns dos itens que vem de “brinde” e muitas pessoas já devem ter peregrinado ou visto alguém peregrinar, em busca do ovo que o filho, irmão ou sobrinho pediu por conta do brinquedo. A comercialização de tais chocolates com atrativos é um perfeito exemplo de venda casada e de alto valor agregado no produto final.
No entanto, a data é repleta de significados e me faz lembrar a caça ao ninho, brincadeira divertida que pode vir acompanhada de mapas, pegadas espalhadas pelo chão ou o famoso “quente e frio” e, pode ter certeza, não precisa ser com esses ovos repletos de apelo comercial. O que é valioso mesmo é a brincadeira e a interação com a família. Na recepção da Cultura FM e Jornal Boa Vista, no início desta semana me senti criança. Eu e os colegas Alan Dias, Carlos da Silveira (Carlinhos) e Valdomiro de Moura (DJ Cachorro), lembramos com carinho de uma época nostálgica, vivenciada principalmente em datas comemorativas, como a Páscoa.
Acreditávamos que existia em algum lugar por aí, um coelho que fazia ovos de chocolate e facilmente ficávamos contentes, sem se importar o sabor. Diz o Carlinhos que havia chocolates tão gordurosos que tinham gosto de manteiga de cacau, aquela de passar nos lábios. Comíamos alegremente, não nos importávamos com marcas e brinquedos, comemorávamos o fato de ter ganhado o chocolate. Dentre uma lembrança e outra, listamos alguns doces nostálgicos que marcaram a infância de muita gente.
Chocolate Surpresa – Além de saboroso, vinha com cartões colecionáveis, geralmente com temas da natureza, contendo uma ficha com detalhes de diversos animais, como o nome popular, família, nome científico, habitat, hábitos alimentares, reprodução e particularidades. Cada coleção tinha um álbum.
Kinder Ovo – Somos da época em que o Kinder Ovo era acessível, custava R$ 1,00 e as surpresas eram verdadeiras obras de artes. Em pouco tempo era possível montar parte da coleção Leoventuras. Claro, existia a decepção de encontrar um quebra-cabeça, mas nada se comparava a alegria de abrir o potinho amarelo que vinha dentro do ovo e encontrar o leão que faltava para coleção.
Chocolate Turma da Mônica – Parece que ainda sinto o gosto. A barra de chocolate ao leite tinha o desenho de um dos personagens da Turma da Mônica em chocolate branco. O chocolate era acompanhado por cartões colecionáveis.
Cigarrinhos de chocolate – Apesar de politicamente incorreto, esse chocolate conquistou as crianças. Fumar era considerado apenas um hábito normal, tanto que as guloseimas fizeram sucesso ao permitir que crianças imitassem o hábito dos adultos.
Moedas de chocolate – motivo de brincadeira.
Guarda-chuvinhas de chocolate – Eu sempre encontrava dificuldade para separar o chocolate do cabo, mas era bom demais. O desafio também era tirar a embalagem sem quebrar a ponta do guarda-chuva.
Bolinhas de chocolate – Uma ótima opção para substituir troco.
Chocolates Personalidades – Era uma caixa de bombons com o os personagens da Looney Tunes.
Além do ninho do coelho com um destes itens, a alegria era também encontrar um pirulito push pop. O mais legal desse pirulito é que podíamos chupar e guardar para continuar depois. Havia ainda a chupetinha, pirulito imitando um bico, vermelho e muito doce. E quem se lembra do pirocóptero? Assim que o pirulito terminava a disputa iniciava na busca de quem jogava mais longe o helicóptero. Que todas essas lembranças sirvam de exemplo e aprendizado.
Por Carla Emanuele