A família da empresária erechinense, Deise Mazzoccato, 45 anos, que morreu após ter sido encontrada com ferimentos dentro do apartamento onde morava, na Rua Euclides da Cunha, centro de Erechim, se manifestou nesta quinta-feira, 24, após o inquérito policial ter sido concluído pela polícia civil nesta semana sem o indiciamento de nenhuma pessoa e o laudo apontar inconclusivo para a causa da morte.
O cunhado de Deise Mazzoccato, o médico Valmir Brito, tem atuado como uma espécie de porta voz da família desde o dia do ocorrido e já havia atendido a reportagem da Rádio Cultura no dia em que a morte completou um mês. Brito afirmou que a morte de um ente querido sempre gera muita tristeza, muita comoção e é uma perda irreparável principalmente para os familiares.
Nós estamos vivendo há mais de cinco meses e convivendo com essa tristeza de não ter mais a voz, o olhar e a conversa da Deise. Essa tristeza é ampliada a medida que nós não temos resposta do que realmente aconteceu naquela noite. É muito triste, muito angustiante não se ter a resposta”.
Brito afirmou em áudio enviado a imprensa que os órgãos públicos existem para proteger e dar amparo nessas horas. “Cabe ao Estado, ao órgão público, a polícia propriamente dita, responder, utilizando todos os meios que se dispõe sobre o que causou a morte da Deise. Até hoje não temos uma resposta, o inquérito foi longo, por incrível que pareça foram mais de cinco meses para chegar ao final e parece até um paradoxo: a conclusão foi inconclusiva e isso não é compreensível”, disse o médico.
Valmir Brito, que teve acesso ao inquérito policial afirma que é surpreendente encontrar contradições enormes em testemunhos e situações descritas na investigação.
Isso nos deixa ainda mais aflitos e mais entristecidos por que eu acho que essa conclusão foi cercada de erros. O laudo de necropsia é inconclusivo, mas ao mesmo tempo ele apresenta sinais de alterações no seu corpo de descrição, então esses sinais que apresenta não foram bem explicados. Existem sinais de lesões existentes no pulmão, de alterações no coração que não foram explicados. Por que? Qual seria a intenção?”, questiona.
Para a família parece estranho a polícia solicitar o arquivamento de um processo investigativo em que não há uma conclusão. “Queremos ainda acreditar que por parte do Ministério Público vai haver o bom senso de rever essas questões e principalmente nos acalentar com o mínimo que é saber o que aconteceu. É o mínimo que nós queremos como família e o Estado nos deve essa resposta”.
Relembre o caso
A 1h40min do dia 09 de setembro, o Corpo de Bombeiros Militar de Erechim foi acionado via telefone para atender uma mulher que teria sofrido um mal súbito no apartamento onde morava na Rua Euclides da Cunha. Ela foi socorrida e encaminhada pelos Bombeiros ao Hospital de Caridade onde uma equipe tentou reanimar a vítima, porém a mulher entrou em óbito.
Conforme o boletim de ocorrência registrado na delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, após a vítima dar entrada no hospital foi solicitada a presença da Brigada Militar que recebeu a informação que a mulher possuía lesões na cabeça, braço, pescoço e peito. Apenas um homem que acompanhava Deise e que acionou o socorro estava com ela no apartamento no momento do ocorrido. O boletim registra que ele teria dado versões contraditórias sobre o que teria ocorrido no local.
A polícia passou a investigar a situação.