No último domingo (18) precisei me deslocar pela ERS 420, que liga Erechim a Aratiba, e no curto trecho entre a Vila Trentin e o km 10 da rodovia vi três veículos realizando ultrapassagem em local proibido, em um dos casos uma moto precisou desviar do carro que invadiu a pista contrária, e me deparei com cinco veículos e uma motocicleta trafegando com os faróis desligados.
Em dezembro, neste mesmo trecho, três carros seguiam na frente do meu e outros tantos atrás. Em determinado ponto os que seguiam na frente iriam acessar um estabelecimento à esquerda, ou seja, precisariam cruzar a via contrária. O primeiro carro liga seta para direita, vai para o acostamento e aguarda para acessar o local, o segundo faz o mesmo. O terceiro passa os dois, freia sobre a pista, liga o pisca para a esquerda e fica aguardando porque outros carros já acessavam o local de destino. Por sorte todos os veículos que vinham atrás já haviam reduzido a velocidade e não surgiu ninguém mais rápido ou algum caminhão.
Mais exemplos
Ano passado, me deslocava para Ipiranga do Sul com a intenção de acompanhar as buscas da Patram pela suposta cobra que estaria vivendo no Rio Teixeira. Na ERS 135, seguia um ônibus na minha frente e dois carros atrás do meu. Em certo momento, uma caminhonete passou para a contramão, ultrapassou os dois carros que me seguiam, o meu e quando já estava emparelhado com o ônibus, apareceu um caminhão vindo em sentido contrário. Para evitar o pior, o ônibus reduziu a velocidade, fiz o mesmo e fui seguido pelos veículos na traseira. Acredito que o caminhão também reduziu e a caminhonete, por questão de segundos, conseguiu voltar para a pista normal à frente do ônibus. Alguns metros adiante a caminhonete novamente acessou a pista contrária e ultrapassou mais dois veículos, sendo o último deles já em uma curva.
Os exemplos de imprudência são vários, inclusive dentro da cidade, temos, principalmente, carros passando por cruzamentos e rótulas sem nem aliviar o pé do acelerador e pedestres atravessando as ruas e avenidas em diagonal e de costas para o fluxo de veículos.
Não foi acidente
Quando uma colisão, atropelamento, mortes acontecem no trânsito, as notícias divulgadas ganham dezenas de comentários do tipo “não dá para julgar”, “é claro que ele não fez de propósito”, “foi um acidente”. Não foi acidente, pelo menos não na maioria dos casos, foi uma escolha imprudente, uma decisão consciente. Quem se propõe a passar por um cruzamento sem reduzir, a realizar uma ultrapassagem proibida, a fugir de abordagem ou realizar manobras perigosas, sabe que está colocando a si e terceiros em risco. Não foi acidente.
Por Alan Dias