Na solenidade de Corpus Christi, Dom Adimir destaca a fé e a partilha fraterna

No seu ano jubilar de ouro, a Diocese de Erexim viveu o jubileu eucarístico na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, nesta quinta-feira, visando fortalecer a unidade na diversidade das comunidades da Igreja diocesana.

Na cidade de Erechim, as 7 paróquias e o Santuário N. Sra. de Fátima celebraram missa pela manhã e algumas também no final do dia, com momentos de adoração eucarística. Às 15, houve missa na Catedral São José, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Adimir Antonio Mazali, concelebrada por dez padres, com a participação de diversos ministros e ministras e do coral N. Sra. de Fátima, sob a regência do Pe. José Carlos Sala.

O bispo iniciou a homilia lembrando que a Diocese, nesta solenidade, no seu ano jubilar de ouro, vive o jubileu eucarístico, destacando que a Eucaristia é o centro da vida das comunidades e da fé. Ressaltou que Cristo falou muitas vezes do Pão da Vida que haveria de dar, o que realizou na última Ceia, quando, tomando o pão e o vinho, os transformou em seu Corpo e Sangue, dizendo-lhes “tomai e comei; tomai e bebei; fazei isto em memória de mim”. Referiu afirmação de São João Paulo II, a Eucaristia é o que de mais precioso a Igreja tem no seu caminhar ao longo da história. Citou ensinamento de Santo Inácio de Antioquia, para quem a Eucaristia é remédio de imortalidade, alimento para a vida eterna, auxílio para viver na caridade, no amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Mencionou também testemunho do jovem beato Carlo Accutis, a Eucaristia é a minha autoestrada para o céu. Destacou a necessidade do louvor e gratidão a Deus pelo mistério da Eucaristia, da renovação da fé na presença real de Cristo na hóstia consagrada e da partilha fraterna, exigência da partilha do Pão do Altar.

Após a missa, Dom Adimir conduziu o Santíssimo num carro aberto, seguido de muitas conduções até o Santuário N. Sra. de Fátima, onde deu a bênção final. Por mais de meia hora, os carros iam passando pelo monumento e recebiam a bênção de diversos ministros.

Em todas as celebrações, houve coleta de alimentos e produtos de higiene e limpeza, que a Cáritas repassará a entidades e a famílias necessitadas, dentro da campanha lançada pelo bispo no dia primeiro de maio, “Dai pão a quem tem fome”.

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Íntegra da homilia de Dom Adimir

CATEDRAL SÃO JOSÉ – ERECHIM – RS

DIA 03/06/2021 – “CORPUS CHRISTI”

1.      Nossa Saudação ao Vigário Geral Mons. Cleocir Bonetti, ao Pároco desta Catedral Pe. Alvise Follador. Ao saudá-los, o fazemos aos demais padres, diáconos, consagrados (as), seminaristas, irmãos e irmãs aqui presentes e todos que nos acompanham pelas redes sociais do Santuário N. Sra. de Fátima. Recordando o programa do nosso Jubileu Diocesano, hoje destacamos o JUBILEU EUCARÍSTICO. Fonte de vida para a Igreja. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja vive da Eucaristia. Ela é fonte e ápice de toda a ação da Igreja. (Cf. SC, 10).

2.      Nesta festa eucarística recordamos a centralidade da vida de nossas comunidades e de nossa fé ao longo da história. Por isso, em nossa diocese, promovemos o Jubileu Eucarístico para fortalecer a unidade na diversidade de nossas comunidades, de nossa Igreja Particular. A Eucaristia nos une em torno da mesma mesa, do mesmo pão e da mesma presença real de Jesus que nos alimenta com seu próprio Corpo e Sangue e nos sustenta na missão evangelizadora.

3.      A festa de Corpus Christi é uma das mais antigas na Igreja e foi instituída pelo Papa Urbano IV, em 1264 para ser celebrada na quinta-feira depois da Festa da Santíssima Trindade. E se a Trindade é uma comunidade de amor, a Eucaristia nos reúne em torno do grande gesto de amor de Cristo que se doa a nós.

4.      Caros irmãos e irmãs. Se percorrermos as páginas do Evangelho, vamos ver que muitas vezes Cristo nos fala do Pão da Vida: Ele afirma: “Eu sou o pão da vida. Se alguém comer deste pão viverá eternamente”; “O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. E outras mais.

5.      Já na última ceia, como vimos no Evangelho de hoje, Ele chega ao ponto alto de suas expressões, quando reunidos com seus discípulos, institui a Eucaristia. “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. “Tomai e bebei, isto é o meu sangue”. “Fazei isto em memória de mim”. Anuncia o que de fato realizaria no alto da cruz – sua entrega para a vida do mundo.

6.      Já no final do primeiro século e início do segundo, afirmou Santo Ignácio de Antioquia: “A Eucaristia é remédio de imortalidade e reúne todos ao redor do Senhor Jesus Cristo e ao mesmo tempo o pão consagrado, é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre”. E prossegue: “A Eucaristia é o alimento para a vida eterna, que nos prepara para a unidade com o Senhor. Ela ajuda-nos a viver na caridade, no amor a Deus, ao próximo como a si mesmo”.

7.      Corpus Christi é uma festa que nos convida a manifestar nossa fé na presença real de Cristo na Eucaristia que se dá pela transubstanciação, onde, nas espécies do pão e do vinho está verdadeiramente presente Jesus Cristo em seu corpo, sangue, alma e divindade. A aparência de pão e de vinho continua a mesma, mas a sua substancia passa a ser o Corpo e Sangue de Cristo, ao repetirmos o mesmo gesto de Jesus na última ceia. Não é fazer memória, mas é torná-lo, de fato, presente na Eucaristia.

8.      Portanto, celebrar Corpus Christi é um convite a, publicamente, renovarmos nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. “A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis é seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” (Ecclesia de Eucharistia – São João Paulo II). “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”, afirmava o jovem Beato Carlo Acutis. Um convite a compreendermos a sua importância em nossa vida cristã que nos sustenta não para esta vida, mas para a vida eterna. É antecipar nossa participação no banquete do céu.

9.      A Eucaristia gera comunhão, pois nela repartimos o pão da vida com os irmãos. Assim, no contexto da pandemia, vemos se agravar as necessidades de muitos de nossos irmãos que precisam de alimento para a vida do dia-a-dia. Muitas famílias estão passando por dificuldades. Assim, convidamos a todos a viver o sentido profundo da Eucaristia. Ela é comunhão, é partilha, é doação, que Cristo fez de si mesmo a nós. Da mesma forma nos pede a fazer a experiência da partilha do pão da solidariedade com os mais necessitados: “Daí pão a quem tem fome…” ou ainda: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. A partilha do pão material deve ser prolongamento da partilha eucarística:  Como nos diz a primeira leitura de hoje, recordando a vida das primeiras comunidades cristãs: “Partilhavam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2, 42-47).

10.  Caríssimos irmãos e irmãs. Façamos esta experiência como grande ação de graças pelo amor doação que Cristo revelou a nós na ultima ceia e plenificou no mistério de sua cruz e seja este gesto, o compromisso de nosso Jubileu Eucarístico. Que no gesto generoso para com nossos irmãos e irmãs necessitados, expressemos nossa gratidão a Deus por ser sempre generoso conosco. Que a Eucaristia que celebramos sempre gere em nós uma comunhão de vida com Cristo e com os irmãos e irmãs.

“Louvado seja o Santíssimo Sacramento do altar!”

Para sempre seja louvado! Amém!

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim – RS