Mortalidade precoce no Rio Grande do Sul é maior entre os homens

Os homens correm mais riscos por não buscarem os serviços de saúde.

Para marcar o Dia Nacional do Homem, em 15 de julho, a SES (Secretaria Estadual da Saúde), divulgou dados sobre a mortalidade masculina no Estado, alertando sobre os riscos que correm os homens por não buscarem os serviços de saúde.

Os números preliminares de 2022 mostram que a taxa de mortalidade precoce dessa parcela da população no Rio Grande do Sul é maior do que a de mulheres. Uma das estimativas também aponta que os homens vivem 7,1 anos a menos do que as mulheres, em todas as faixas etárias até os 80 anos.

Talita Donatti, que trabalha com a Política Estadual de Saúde do Homem na secretaria, explica que há no Estado uma tendência maior de mortalidade precoce masculina (entre 30 e 69 anos de idade) por doenças crônicas não transmissíveis, especialmente em decorrência da diabetes, da hipertensão e do câncer (principalmente de próstata). A cada 100 mil habitantes, a incidência dessas doenças é de 418,2 casos na população masculina e de 293,4 na feminina.

Esses dados são preocupantes e revelam a necessidade de ações conjuntas das equipes de saúde. Para Talita, a baixa procura dos homens por atendimento na APS (Atenção Primária de Saúde) resulta no aumento dos agravos mais recorrentes. “É na APS que as equipes da ESF (Estratégia Saúde da Família) e as equipes das UBS (Unidades Básicas de Saúde) exercem as ações voltadas especialmente à prevenção”, argumenta.

Outro especialista que atua na política de saúde destinada aos homens, Carlos Antônio da Silva, informa que o número de homens que fazem consultas médicas por ano é menor do que o de mulheres. Além disso, o percentual de internações por causas que poderiam ter sido tratadas na APS é maior na população masculina.

Geralmente, o acesso aos serviços de saúde pela população masculina é feito através da atenção especializada, como as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e as emergências hospitalares, apresentando, na maioria das vezes, quadros clínicos já agravados e casos de extrema urgência, como infarto agudo do miocárdio.

“Ao pensarmos no contexto histórico, os homens são, desde a infância, preparados para exercerem sua masculinidade sem demonstrar fraquezas e emoções. O autocuidado e o cuidado com o outro são, culturalmente, associados às mulheres. Isso gera uma barreira importante para a prevenção e a promoção da saúde dos homens”, avalia Carlos.

Fonte: O Sul
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