A semana, que começou com sol e tempo firme, deve terminar com chuva e atuação de um novo ciclone extratropical na costa do Rio Grande do Sul. A previsão é de que o fenômeno atinja o Estado na sexta-feira (7) e no sábado (8), mas com intensidade menor do que a do evento de 16 de junho, quando dezenas de cidades, especialmente, do Litoral Norte e da Região Metropolitana, sofreram com as fortes chuvas.
A formação do ciclone, conforme explica a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorin, ocorrerá após a passagem de uma frente fria, que, tradicionalmente, já provoca chuva. Os acumulados de água devem variar de 100 milímetros a 150 milímetros na região da Grande Porto Alegre e no Litoral Norte.
— Chover 100mm a 150mm significa que em 48 horas teremos pelo menos 50% da média de chuva normal para julho nestas áreas—afirma Josélia.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as médias de chuva para essas regiões, considerando o período de 1991 a 2020 são:
- Porto Alegre: 163,5mm
- Torres: 121,8 mm
- Bom Jesus: 128,4 mm
- Caxias do Sul: 184,3 mm
Os meteorologistas monitoram ainda a formação de outro ciclone extratropical na costa gaúcha, entre os dias 11 e 12 de julho. Por ora, trata-se de “uma possibilidade”.
— Devido ao aquecimento do Oceano Atlântico Subtropical é possível que durante o mês de julho ocorram formações mais frequentes de ciclones extratropicais. No entanto, é pouco provável que ocorram fenômenos da mesma magnitude do ocorrido em junho — afirma Eliana Klering, professora de meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Eliana destaca ainda que, mesmo já em atuação, o El Niño não tem interferência, neste momento, na formação dos ciclones. Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno eleva as temperaturas do planeta e, neste ano, ainda pode evoluir para um nível “muito forte”, sendo classificado como “super El Niño”. Para o Rio Grande do Sul, o El Niño deve provocar mais chuvas a partir da primavera.