Até l930, a AV. José Bonifácio só tinha uma casa de alvenaria, da família Zanin – onde está hoje a Magazine Luisa.
Em 1931, construíram a Casa do Pagnoncelli. Aí começaram os misteriosos incêndios que consumiram quadras inteiras.
1931-32-33, ninguém mais aguentava tanto fogo. A quadra da Marcolin, da Multisom e da Rayon… O fogaréu foi tão grande no meio da noite, que o clarão foi visto na vizinha cidade de Passo Fundo. Fato rumoroso, até hoje.
Naquela época falava-se a boca pequena que a nossa Avenida principal era chamada em termos chistosos de Avenida Livonios, uma Seguradora.
Havia um manda chuva que comandava a cidade, um sujeito truculento e arbitrário que estaria tramando essas tropelias todas. Os guris, pesquisadores jovens, já fizeram teses calientes sobre o fato.
Depois desses grandes sinistros foi ‘baixada’ uma lei proibindo construir em madeira. A cidade começou a ficar bonita com casas de material e tijolos.
Nessa época, se celebrizou como primeiro bombeiro de Erechim, o sr. Eurico Thulke. Ele dava um assovio e lá vinham 3O, 4O, 5O, baldes para apagar o fogo. O homem tinha uma liderança incrível.
Usava-se também o sistema de destruir a segunda, a terceira casa para interromper o fogo.
Muitas pessoas só ficaram com a roupa do corpo. Perderam tudo. Erechim teve suas privações, suas vicissitudes, mas nunca desanimou.
A força, a coragem dos erechinenses foi sempre superior as diatribes que Roma também enfrentou.
Memórias ardentes que o tempo não apaga…
Por Enori Chiaparini