Após a Revolução Industrial, em 175O, o Ocidente elegeu como fator supremo e indispensável, os valores da produção, competição, capital, dinheiro, investimento e trabalho. O Cristianismo, Protestantismo e outras religiões ao longo da história sempre tentaram contrabalançar a sociedade, através de valores que contemplam a dignidade humana… Nem sempre isso foi possível, ou será algum dia…
Em 199O, após a globalização, constatou-se um enorme progresso econômico, sobretudo, nos países mais desenvolvidos. Por outro lado, constatou-se também, enormes disparidade sociais, na América Latina, África e Ásia.
Nossa sociedade contempla os mais fortes e mais preparados. Não é à toa que o “nosso belo quadro social” é mostrado, através da mídia, principalmente, que esse mundo é uma festa e para isso, é só sentar e se servir…
A ideologia veiculada mascara as contradições, as diferenças, as injustiças… No fundo sabemos que não existe almoço grátis. Assim, os adultos vão moldando as crianças a sua imagem e semelhança. Desde os primeiros aninhos vamos incutindo na mente dos inocentes os valores do vencedor (muitas vezes a qualquer custo), do sucesso, de sonhos mirabolantes, impossíveis e irreais.
Reproduzimos (sem perceber), a ideologia da sociedade. Sociedade, que discrimina e excluí… Vemos crianças de quatro aninhos com agenda de adulto. É a suprema crueldade, falta de juízo e bom senso.
O mundo que os adultos construíram está sendo questionado pelos grandes pedagogos no Brasil e no mundo. Sergio Cortela e Leandro Karnal, que o digam. Criança precisa brincar, correr, ser feliz, sem agenda, angústia ou compromisso.
Que venha uma nesga de luz… Que o sorriso e a pureza das crianças possam mostrar um caminho de esperança, nesse mundo enfermo dos adultos.
Por Enori Chiaparini