Fico imaginando a luta, o trabalho das mulheres colonizadoras da Região do Alto Uruguai.
Ainda bem que na Praça da Bandeira eiste o desenho da mulher camponesa – feita no chão, com a pedrinha portuguesa. O artista foi muito autêntico: Imaginou, com realismo e sentimento: vestido longo, uma enxada no ombro, uma foicinha, para cortar o trigo… Além do trabalho doméstico, com muitos filhos, ainda acompanhava o marido nas lidas da lavoura. Esforços hercúleos, essas mulheres nos legaram. Temos uma dívida eterna de gratidão a essas heroínas anônimas.
Trabalharam na agricultura, no comércio, como parteiras, enfermeiras, professoras, empregadas, religiosas, benzedeiras, nas casas de pasto, hotéis, pensões, bodegas, padarias e muitas outras atividades.
E quase ninguém fala naquelas em que o peso do mundo as obrigou amar, na mais profunda e completa solidão… Temos um compromisso com a vida e a história das mulheres pioneiras que construíram Erechim e região com seu trabalho e suas lágrimas.
A você minha mãe, que só a vejo em pensamento, meu carinho, minha gratidão e meu eterno reconhecimento, numa canção de saudade permanente.
Por Enori Chiaparini