Mais de 450 pessoas entre produtores rurais, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e estudantes participaram do V Fórum Norte Gaúcho da Soja realizado na sexta-feira, 28, no Centro Esportivo Municipal de Ipiranga do Sul. A mesa de autoridades da abertura oficial foi composta por representantes das entidades promotoras do evento: Prefeito de Ipiranga do Sul, Mário Luiz Ceron; presidente do Sindicato Rural de Getúlio Vargas, Sidnei Beledeli; vice-presidente da Associação Comercial, Cultural, Industrial, de Agropecuária e de Serviços de Getúlio Vargas, Geverson Zimmerman; gerente regional da Emater/RS Ascar, Gilberto Tonello; Leandro Granella, da Associação dos Engenheiros Agrônomos da Regional Getúlio Vargas;o coordenadora do Curso de Agronomia da Faculdade Ideau, Ronaldo Meirelles.
Durante todo o dia, foram apresentadas palestras técnicas sobre controle de doenças, manejo integrado de pragas, sistemas produtivos para alta produtividade, análise da situação atual da cultura e perspectivas para o agronegócio.
A 5ª edição do Fórum Norte Gaúcho da Soja também anunciou os grandes vencedores do 1º Concurso Regional de Produtividade de Soja 2017/2018, uma iniciativa lançada no IV Fórum Norte Gaúcho da Soja, em 2017, pelos organizadores do evento, com o objetivo de criar um ambiente que estimule os sojicultores a desafiar seus conhecimentos e incentivar o desenvolvimento de práticas de cultivo inovadoras, que possibilitem extrair o potencial máximo da cultura, com sustentabilidade e rentabilidade.
CONCURSO DE PRODUTIVIDADE
Primeiramente foram conhecidos os vencedores de cada um dos cinco municípios participantes, que são da área da abrangência do Sindicato Rural de Getúlio Vargas, que receberam um troféu. O grande vencedor foi o produtor rural Gustavo Beledeli, de Ipiranga do Sul, com 92,8 sacas/ha, que recebeu como prêmio um troféu e uma viagem para visitação ao Show Rural Copavel/2019, em Cascavel/PR, com todas as despesas de transporte, hospedagem e alimentação pagas. Os vencedores dos municípios foram: Nédio Mientkevicz, de Floriano Peixoto, com 84,7 sacas/ha; Elter Peretti, de Estação, com 81,9 sacas/ha; Leandro Moretto Tybuski, de Erebango, com 77 sacas/ha; e Lino José Dutkievicz, de Getúlio Vargas, com 75,4 sacas/ha.
CONTROLE DE DOENÇAS
O primeiro palestrante foi o engenheiro agrônomo, Doutor em Fitopatologia, Dr. Carlos Alberto Forcelini, que explanou sobre “Preparação para o Controle de Doenças da Soja na Safra 2019”. Ele apresentou resultados de ensaios realizados em Passo Fundo, no Campo Experimental da Cotripal, usando como áreas de referência Carazinho, Cruzaltense, Erechim, Não-me-toque, Panambi, Passo Fundo e Pontão. O palestrante abordou as principais doenças foliares em soja que são a Ferrugem, Oídio, Septoriose, Cercosporiose, Antracnose e o Mofo Branco. Apresentou os prejuízos com as doenças na safra 2017/18 e os resultados levando em conta o uso ou não de fungicida. Mostrou onde houve maior ocorrência da ferrugem asiática na safra 2017/18 e apresentou resultados com números, época e intervalo de aplicação, demonstrando a contribuição de cada aplicação na produtividade final. Demonstrou a eficácia de controle da ferrugem asiática de cada fungicida, e suas combinações, e a importância dos reforços.
Forcelini também apresentou os fungicidas para as primeiras aplicações para o controle de manchas, oídio e prevenção da ferrugem, assim como os melhores fungicidas para as últimas aplicações.
Ao concluir alertou que a Ferrugem está mais resistente aos fungicidas. Afirmou que o reforço é fundamental e se deve aplicar fungicida completo desde o início, aconselhando intervalos de até 15 dias para espéciessuscetível e de 20 dias para resistentes. Chamou a atenção para a importância de usar uma boa semente tratada, não adiar as aplicações de fungicidas e que essas sejam de qualidade, além dos novos posicionamentos. Forcelini afirmou que a ferrugem na próxima safra poderá chegar, possivelmente, mais cedo e mais forte.
MOFO BRANCO
O segundo palestrante foi o Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitossanidade, Carlos André Schipanski, que explanou sobre “Manejo de Mofo Branco na Cultura da Soja”. Ele mostrou como todo o sistema de produção pode influenciar no manejo do Mofo Branco, desde a importância da cobertura de palha até a aplicação de fungicidas. Segundo ele, as diversas pesquisas que têm sido feitas têm mostrado que apenas o controle químico não é suficiente para evitar perdas na produtividade, sendo necessário integração de métodos alternativos ao manejo.
Conforme falou, o Mofo Branco é um problema que não se erradica, mas que pode e deve ser administrado pelo produtor. Conforme explicou Schipanski, a temperatura tem papel importante, sendo que a mais propícia ao seu desenvolvimento é entre 15ºC, sendo que aparece mais em ano frio, também em anos de La Niña e neutros. Quanto à chuva, em solos saturados não tem germinação, porém restrição hídrica e mofo branco não combinam. Também chamou a atenção para a necessidade de os produtores usarem sementes tratadas.
SISTEMAS PRODUTIVOS DE ALTA RENTABILIDADE
No final da manhã, foi a vez do engenheiro agrônomo Fabiano Paganella palestrar sobre“Construção de Sistemas Produtivos de Alta Rentabilidade”. Segundo ele, para ter alta rentabilidade é necessário fazer análise de solo, conhecer o mapa da fertilidade e fazer uma boa gestão de conhecimento e tomada de decisão com base em informações chave. Para ele, o ciclo da construção da fertilidade do solo está baseado no diagnóstico – análise foliar e análise laboratorial -, interpretação, recomendação, aplicação, adubo foliar, produtividade e descompactação do solo. O palestrante falou sobre a importância da correção do solo para o adequado crescimento radicular com calagem e gesso.
Ao final, ele apresentou os cinco passos para a construção de sistemas produtivos de alta rentabilidade: “1. Tudo começa coma construção da fertilidade do solo; 2. Corrigir e construir o perfil do solo de forma a aumentar sua capacidade de infiltração e armazenamento de água; 3. Quanto você quer colher? Defina a meta e adube de maneira equilibrada para atingi-la; 4. Escolha e posicione a cultivar de acordo com o clima e o solo; e 5. Iniciar, persistir e melhorar – o sucesso não ocorre por acaso”.
OLFAR
Logo após o almoço, o V Fórum Norte Gaúcho da Soja abriu espaço para uma apresentação da Olfar S/A Alimento e Energia, PatrocinadoraDiamante do evento. Após a apresentação de um audiovisual, conversaram com o público o Diretor de Originação, Paulo Roberto Dumke, e o Gerente de Insumos Agrícolas, Milton César Sfreddo, sobre as novidades da empresa para a produção de soja.
PERSPECTIVAS PARA O AGRONEGÓCIO
Em seguida, o analista político e econômico do Canal Rural e do portal Agro Advisor, Miguel Daoud, apresentou as perspectivas para o agronegócio e as tendências para quem produz. Segundo ele, o agronegócio representa 21% (R$ 1.3 Tri) do PIB nacional, que é de R$ R$ 6.3 Tri. Deste total, a agricultura responde por 68% (R$ 882.7 Bi), enquanto que a agropecuária por 32% R$ 417.4 Bi.
Conforme falou, em 2050 a população da Terra vai atingir mais de 9 bilhões de pessoas. As demandas por alimentos irão aumentar significativamente e o Brasil tem tudo para se transformar no celeiro do mundo. Segundo Daoud, será a 6ª maior economia do planeta. Porém chamou a atenção para uma realidade: a cada Kg exportado recebemos US$ 1,8 e a cada Kg importado pagamos US$ 8.000. “É preciso começar a agregar valor aos produtos brasileiros”, enalteceu.
Daoud explanou sobre os principais entraves no campo, que são: água e energia, questãoambiental, custos de produção e crédito, logística e armazenagem e condições comerciais. Afirmou que falta tecnologia no campo, pois o agro precisa de soluções como conectividade, smart farming, análises preditivas, big data, iot – internet das coisas e agricultura de precisão.
Encerrando o Fórum, o engenheiro agrônomo Alencar Paulo Rugeri apresentou o Projeto Lavouras de Resultado através do manejo integrado de pragas.
Foram patrocinadores do evento a Olfar S/A, aSicredi Estação, o Banco do Brasil, a Bayer, Adubos Coxilha e Monsanto – Intacta RR2 Pro, e apoiadores a Cotrijal e a CooperAlfa.