Itália enviará nova ajuda de 500 mil euros ao Rio Grande do Sul

Governador gaúcho e presidente da Itália visitaram Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas.

Em uma nova ajuda da Itália ao Rio Grande do Sul, o Ministério das Relações Exteriores do país europeu encaminhará um auxílio de 500 mil euros (R$ 2,9 milhões) ao Estado brasileiro. A contribuição apoiará a Cruz Vermelha Brasileira no atendimento à população afetada pelas enchentes, com distribuição de dinheiro, água e fornecimento de banheiros e abrigos. O auxílio foi confirmado durante a visita do presidente da Itália, Sergio Mattarella, ao Brasil.

No fim de maio, a Itália enviou ao Rio Grande do Sul 30 toneladas de material humanitário para ajudar as famílias que perderam tudo nas cheias. O auxílio decolou da base de ajuda humanitária da ONU de Brindisi e pousou no aeroporto militar de Canoas.

“Estou aqui por vários motivos, mas destaco dois deles. O primeiro é a dramática enchente de maio, que devastou parte significativa do território, causando muitas vítimas, danos particularmente graves e impactando a vida deste esplêndido estado. Essa é a oportunidade de expressar a proximidade e a solidariedade que a Itália demonstrou e segue demonstrando”, disse Mattarella durante um encontro com a comunidade italiana em Porto Alegre.

“O outro motivo é de natureza histórica e humana: é o grande número de cidadãos brasileiros de origem italiana. Nos primeiros tempos da imigração para o Brasil, a maioria foi para esta região. Isso explica o vínculo muito estreito e a amizade profunda que existe entre nossos países, com um grande número de laços colaborativos que estão crescendo”, acrescentou.

O mandatário ainda destacou que a facilidade da colaboração entre governos e instituições ocorre pelos “laços humanos, históricos, culturais e sociais” que unem Itália e Brasil.

O governador do RS, Eduardo Leite, e o presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitaram, no início da tarde dessa terça-feira (16), o Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas. Cumprindo agenda oficial no Brasil, Mattarella fez questão de vir ao Rio Grande do Sul para ver a situação vivenciada pelo Estado após as enchentes que ocorreram em maio e repercutiram em todo o mundo.

“Estou aqui para manifestar a proximidade do povo italiano com os gaúchos. Chamou muito a atenção da opinião pública italiana a tragédia que castigou o Rio Grande do Sul e fiz questão de vir aqui, durante a minha visita, para testemunhar nossa proximidade e carinho. De fato, foram inúmeros os italianos que vieram para cá e que foram acolhidos de braços abertos”, afirmou Mattarella, referindo-se à imigração italiana.

Leite e Mattarella percorreram o espaço do Centro Recomeço, ao lado do vice-governador, Gabriel Souza, e de autoridades federais e municipais. Os gestores foram recebidos por algumas das famílias que estão abrigadas no local. O governador lembrou a viagem oficial que realizou à Itália em abril deste ano, os 150 anos da Imigração Italiana e o momento difícil atravessado pelo Estado.

“Dez dias antes da catástrofe, eu estava na Itália para reforçar os laços entre o nosso Estado e esse país, que tem uma ascendência tão importante sobre a nossa cultura e a população. Esse gesto do presidente é uma cortesia e, ao mesmo tempo, uma demonstração de sensibilidade e carinho com o povo gaúcho. Isso nos sensibiliza muito e nos dá uma percepção de acolhimento, que é muito importante neste momento”, afirmou Leite.

Segundo o governador, durante a visita, o líder italiano ficou especialmente comovido e feliz em ver o atendimento prestado pelo Centro Recomeço às crianças. Aberto em 4 de julho, o espaço foi planejado pelo governo estadual, com o apoio de instituições parceiras, para assegurar uma assistência humanizada a famílias que perderam seus lares em razão da catástrofe.

O local, que acolhe cerca de 630 pessoas, conta com um espaço dedicado especialmente às crianças, repleto de brinquedos, onde elas recebem apoio psicológico e são acompanhadas por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil. O Centro é gerido pela Agência da Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM). As informações são da agência de notícias Ansa e do Palácio Piratini.

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