O Ceratocone é uma doença ocular que costuma surgir na infância, adolescência ou no início da vida adulta, podendo progredir até os 30 ou 40 anos de idade. Atinge diretamente a córnea, parte transparente na frente do olho, que sofre um afinamento, deixando sua estrutura curvada para fora do olho, semelhante a um cone. Se não tratada, causa a perda progressiva da visão. O Ceratocone atinge 1 em cada 1.000 pessoas no Brasil, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Entre os sintomas estão visão embaçada, dificuldade de enxergar de longe, sensibilidade à luz, perda da curvatura normal do olho e mudança com frequência do grau de óculos, afetando diretamente a qualidade de vida da pessoa. Esfregar os olhos de forma constante e vigorosa ajuda a modificar o formato da córnea, levando ao desenvolvimento e aceleração do quadro.
Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada e o paciente pode levar uma vida normal. Por este motivo, o Instituto de Olhos Santa Luzia está inserido na campanha do “Junho Violeta”, com foco em conscientizar a população sobre o ceratocone.
Segundo o diretor do Santa Luzia, o oftalmologista Fábio Vaccaro, “é um momento para alertar sobre a prevenção dessa doença ocular que ataca a córnea, pois a doença exige tratamento. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante, pois pode evitar a sua progressão”. Conforme explica Vaccaro, é uma doença congênita, onde a pessoa já nasce com predisposição para desenvolvê-la. O problema acomete entre 0,5% e 3% da população mundial e pode levar a altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão.
FASES DA DOENÇAS E TRATAMENTOS
A evolução da doença pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, o ceratocone progride lentamente ao longo dos de vários anos, enquanto em outros pode progredir mais rapidamente. A gravidade dos sintomas e a velocidade de progressão também podem variar.
Os estágios do ceratocone podem ser classificados em três categorias principais e para cada estágio existe o tratamento ideal:
1 – Fase inicial: Nesta fase, podem ocorrer alterações sutis na córnea, como astigmatismo irregular e visão borrada. Os sintomas podem ser leves e facilmente corrigidos com óculos e/ou lentes de contato.
2 – Fase intermediária: Nesta fase, o ceratocone progride e os sintomas tornam-se mais perceptíveis. A visão pode ficar ainda mais distorcida, exigindo lentes de contato especiais para melhorar a qualidade visual.
3 – Fase avançada: Nesta fase, o ceratocone é mais pronunciado e os sintomas são mais graves. A visão pode ficar muito turva, com múltiplas imagens e sensibilidade à luz. Nessa etapa, pode ser necessário considerar opções de tratamento mais avançadas tais como:
– Crosslinking corneano: um procedimento cirúrgico que visa fortalecer a córnea. Envolve aplicação de vitamina B2 (ribiflavina) nos olhos e a exposição à luz ultravioleta. O objetivo é aumentar as ligações ente as fibras de colágeno da córnea e retardar ou interromper a progressão da doença.
– Implante de Anel Corneano (de Ferrara): neste procedimento cirúrgico, pequenos segmentos de anéis de um material especial são inseridos na córnea para remodelar sua curvatura. Isso pode ajudar a melhorar a visão e reduzir a distorção causada pelo ceratocone.
– Transplante de Córnea: em casos avançados de ceratocone, quando outras opções de tratamentos já não seriam mais suficientes, pode ser necessário um transplante de córnea, quando a córnea doente é substituída por uma córnea saudável de um doador.
É importante ressaltar que o tratamento específico para cada pessoa dependerá da avaliação feita por um médico oftalmologista especializado na doença. Cada caso de ceratocone é único, e o tratamento será indicado de acordo com a gravidade dos sintomas, progressão da doença e necessidades individuais de cada paciente.
EQUIPAMENTOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO
O Instituto de Olhos Santa Luzia conta com o que há de mais avançado em tecnologia para o diagnóstico e tratamento da doença. Na esfera do diagnóstico, conta com um topógrafo de última geração, o Keratograph 5M da OCULUS; e o Pentacam®, da OCULUS, que além de ver o formato também faz uma tomografia da córnea, medindo-a em toda a sua espessura, desde a periferia até o centro, podendo fazer uma avaliação mais apurada da evolução do quadro do ceratocone. A Clínica realiza o procedimento de Crosslinking para evitar a progressão do Ceratocone e implante de anel de ferrara.
INOVAÇÃO: CIRURGIA A LASER
O Santa Luzia está preparado para tratar pessoas com ceratocone em qualquer estágio e é pioneiro no Estado do Rio Grande do Sul na realização de cirurgia para correção da doença. Vaccaro lembra que inicialmente a cirurgia de implante de Anel de Ferrara era feita com a técnica manual. Hoje são realizadas com laser, sendo que o IOSL é uma das poucas clínicas oftalmológicas do estado e do Brasil a possuir o equipamento. Trata-se do LenSx Laser (laser de femtosegundo), que apresenta um módulo para realizar cirurgias corneanas e que também é utilizado para a cirurgia da catarata. De acordo com Vaccaro, o laser cria um túnel na córnea de alta precisão, onde é inserido o anel de ferrara, melhorando muito a qualidade da cirurgia, o resultado e a segurança.
PIONEIRISMO
Integrando a programação da inauguração do Instituto de Olhos Santa Luzia, há 23 anos, nos dias 20 e 21 de maio de 2000, foi realizado de forma inovadora em Erechim, o 1º Simpósio de Oftalmologia, que contou com a presença de palestrantes de Porto Alegre, São Paulo e Minas Gerais; Presente no evento o médico oftalmologista mineiro Paulo Ferrara, autor do implante Anel de Ferrara, uma técnica indicada para a correção do Ceratocone, que palestrou e realizou cirurgias demonstrativas. Naquela época, esta técnica estava sendo lançada e o IOSL foi um dos primeiros a disponibilizar este procedimento, sendo que Fábio Vaccaro foi um dos pioneiros do Estado do Rio Grande do Sul a realizar cirurgias para correção do ceratocone com implante de Anel de Ferrara. Atualmente, a inovação continua a fazer parte do Santa Luzia, por meio do que há de mais avançado no mundo: cirurgia a laser para correção do ceratocone.