Hospital Santa Terezinha em alerta: ocupação máxima e desafios no atendimento

Diretor Rafael Ayub relata pressão constante no sistema de saúde e apela por conscientização da população

Em entrevista ao programa Estúdio Boa Vista nesta quarta-feira (30), o diretor executivo do Hospital Santa Terezinha, Rafael Martins Ayub, fez um alerta sobre a situação crítica da unidade hospitalar. “Não existe mais sazonalidade. Estamos permanentemente com alta ocupação”, declarou, destacando os desafios enfrentados pela equipe médica diante do aumento de casos respiratórios, cardiovasculares e traumas.

Cenário crítico na emergência

Ayub revelou que na noite de terça-feira (29), teve que conversar com hospitais do interior para solicitar que estabilizassem os pacientes por lá, porque tinha 3 pacientes entubados na emergência.

O registro era de:

  • 3 pacientes entubados simultaneamente na emergência (capacidade máxima das 3 salas disponíveis)
  • Alta demanda por síndromes respiratórias (agravadas pelas oscilações climáticas)
  • Casos constantes de infartos, AVCs e acidentes de trânsito (especialmente motociclistas)

“Nossos profissionais são abnegados. Mantemos as portas abertas 24h, mas a pressão é constante”, enfatizou o diretor, reconhecendo o esforço da equipe.

Falta aos agendamentos: um problema cultural

O executivo apontou outro grave problema: cerca de 30% dos pacientes faltam a consultas e exames agendados – índice similar ao das UBSs. Recentemente, em um mutirão para antecipar radiografias marcadas até 7 de setembro:

  • 400 exames foram antecipados
  • 30% dos pacientes não compareceram e sequer foram localizados pelas nossas equipes (contatos via telefone e WhatsApp sem resposta)

“Precisamos mudar nossa cultura em saúde. Quem deixa de fazer prevenção sobrecarrega o sistema mais tarde”, alertou Ayub, citando iniciativas conjuntas com a Secretaria Municipal de Saúde sob liderança do secretário Vianei e do prefeito Paulo Polis.

Soluções em debate

Entre as medidas propostas para melhorar a eficiência do sistema:

  1. Atualização cadastral obrigatória para pacientes do SUS
  2. Integração tecnológica entre hospitais, UBSs e secretarias
  3. Campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção
  4. Mecanismos automáticos para remoção de filas quando pacientes resolvem casos via particular/convênio

“O SUS tem filas, mas podemos otimizá-las. Quando alguém desiste e não avisa, prejudica quem realmente precisa”, concluiu o diretor, reforçando o compromisso da instituição em buscar melhorias.

Por: Edson Machado da Silva

 

 

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